Juncker e Trump dão sinais de apaziguamento antes de cimeira EUA/UE
O presidente da Comissão Europeia e o presidente dos EUA deram esta quarta-feira sinais de apaziguamento sob a recente tensão comercial, antes do seu encontro na Casa Branca.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o dos EUA, Donald Trump, deram esta quarta-feira sinais de apaziguamento sob a recente tensão comercial, antes do seu encontro na Casa Branca.
“Nós somos parceiros próximos, aliados, não inimigos”, declarou Juncker, enquanto Trump disse esperar alguma coisa “muito positiva” do encontro”.
Trump e Juncker vão discutir a crescente divergência de políticas comerciais, focada designadamente em tarifas alfandegárias já aplicadas pelos norte-americanos sobre as importações de aço e alumínio e retaliadas pelos europeus.
Agora, em cima da mesa vai estar também a intenção de Trump de taxar os automóveis e sobresselentes europeus.
Os líderes europeus já avisaram que estão prontos para retaliar, com a aplicação de tarifas alfandegárias sobre importações provenientes dos EUA no montante de 20 mil milhões de dólares (17 mil milhões de euros).
Ao desenvolver o seu argumentário apaziguador, Juncker afirmou que Bruxelas e Washington devem trabalhar em conjunto. “Nós representamos metade do comércio mundial”.
Os números da agência estatística da União Europeia (UE), o Eurostat, relativos a 2017, indicam que a UE exportou para os EUA 376 mil milhões de euros e importou 256 mil milhões de euros.
“Estou de acordo e se pudermos não ter taxas alfandegárias, nem barreiras, nem subvenções, os EUA ficariam extremamente satisfeitos”, disse Trump, que não perdeu a oportunidade para insistir que o seu país tinha “perdido centenas de milhares de milhões de dólares com a União Europeia”.
O ocupante da Casa Branca insistiu na sua posição, realçando: “Queremos apenas um terreno igual para os agricultores, os industriais, para toda a gente”.
A UE é objeto, desde 1 de junho, de taxas alfandegárias punitivas aplicadas pelos EUA, de 25% no caso das suas exportações de aço e 10% no das de alumínio, com o governo norte-americano a criticar os países europeus por não abrirem o seu mercado às mercadorias dos EUA.
Bruxelas respondeu àquelas taxas aplicando outras sobre as importações provenientes dos EUA.
Mas Trump ameaça agravar o conflito com os europeus, se estes não cederem às suas pretensões, impondo taxas alfandegárias sobre as viaturas oriundas da Europa, o que inquieta particularmente a Alemanha, onde este setor emprega cerca de 800 mil pessoas.
(Notícia atualizada às 20h50 com mais informação)
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