“Alguém do Bloco reconhece a mais-valia da lei Cristas”, ironiza Mota Soares

Ricardo Robles comprou um prémio por 347 mil euros, mas agora vale 5,7 milhões. Pedro Mota Soares "aplaude" o negócio. Em tom irónico, diz que Robles reconheceu a mais-valia da lei do arrendamento.

Ricardo Robles comprou um prédio na capital portuguesa por 347 mil euros. Foi adquirido em hasta pública à Segurança Social, no ano em que a troika saiu do país, estando agora avaliado em 5,7 milhões. Uma mais-valia potencial com muitos zeros (mesmo depois de considerados os gastos na reabilitação) que vem mostrar que “alguém do Bloco de Esquerda reconhece a mais-valia” da lei do arrendamento, reformada por Assunção Cristas, ironiza Pedro Mota Soares.

Mota Soares era, à data da compra do edifício em Alfama por Robles, o ministro da Segurança Social. Questionado sobre a sua eventual intervenção neste processo, o deputado do CDS remete para o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, a quem cabe realizar este tipo de operações de alienação de bens imobiliários. À tutela coube apenas garantir que os imóveis à venda foram avaliados por avaliadores independentes, e certificados pela CMVM.

A avaliação feita pelos avaliadores ficou aquém dos 300 mil euros (286.700 euros), tendo sido arrematado por 347 mil. Agora, quatro anos depois, mas também feita toda a intervenção nesse mesmo edifício em Alfama (incluindo o aumento em um piso), Robles prepara-se para obter uma mais-valia de vários milhões de euros. Este imóvel, que à data da compra contava com cinco inquilinos, tem agora apenas um com um contrato de oito anos. E uma renda de 170 euros.

“Alguém do Bloco de Esquerda reconhece a mais-valia da lei do arrendamento”, comentou, em tom irónico, o deputado do CDS. Mota Soares aponta que Robles, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, que tem colocado a questão do alojamento na agenda, vem, com este negócio, dar o seu aval à reforma feita por Assunção Cristas.

A antiga ministra da Agricultura e do Mar liderou a reforma da Lei do Arrendamento Urbano, tendo dado também a cara pela liberalização das rendas antigas, medida que gerou, à data, uma onda de críticas por parte dos partidos que estavam na oposição, com o PCP e o BE a pedirem a revogação dessa liberalização por temerem os efeitos sobre esses inquilinos.

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