Trump é um risco. Mas para quem?
A vitória do republicano está a abalar os mercados. Trump é visto como um risco pelos investidores, mas qual será o maior impacto? Saiba o que dizem os analistas.
Donald Trump venceu. Ao contrário do que antecipavam as mais recentes sondagens, o republicano bateu Hillary Clinton para ser o 45º Presidente dos EUA. Uma conquista que está a abalar os mercados financeiros que percecionam Trump como um risco. Mas qual o impacto que poderá ter nos ativos? Saiba o que dizem os analistas.
Dívida da periferia? “Não venda”, diz o RBS
Enquanto a vitória de Trump aumenta a perspetiva de um “não” ao referendo italiano (a 4 de dezembro), que aumenta a expectativa de demissão de Renzi, e é negativa para os títulos de dívida de Itália, isso é mais do que compensado pela perspetiva de um aumento das compras de dívida por parte do Banco Central Europeu. “Deixem passar qualquer venda indiscriminada dos títulos de dívida da periferia”, já que acabarão o dia a valorizar, refere o RBS.
Não compre na queda, diz a Market Securities
Os investidores foram complacentes com as eleições norte-americanas, diz a Market Securities. Agora, os riscos precisam ser reapreciados, pelo que os investidores devem evitar comprar ações europeias neste contexto de quedas. Não haverá uma recuperação imediata como após o Brexit já que aumentarão as preocupações com resultados idênticos nas eleições na Europa em 2017.
Natixis: Trump pode acabar com a recuperação pós-Brexit
As eleições norte-americanas deverão colocar em risco a recente recuperação dos mercados acionistas após o Brexit, diz o Natixis. “A Europa não é uma alternativa de refúgio já que a incerteza política é um grande risco tendo em conta o referendo italiano, em dezembro”, diz o banco de investimento.
Allianz vê fuga para a dívida da Europa
A Allianz GI diz que os “mercados dos EUA devem entrar num ambiente de risco marcado por maior volatilidade e mais procura por ouro e títulos do Tesouro”. Relativamente aos títulos europeus, estes “podem, ironicamente, tornar-se um bastião de estabilidade, quando comparados com os EUA”. “No curto prazo, espera-se um ambiente de risco na dívida, taxas de rentabilidade mais baixas e uma curva mais plana”, remata.
Commerzbank: Trump menos mau que o Brexit
A queda dos títulos de dívida na Europa será “forte”, mas a desvalorização inicial (com consequente subida dos juros) “não deverá ser tão má quanto a que se seguiu ao Brexit”, diz o Commerzbank. Os mercados estão mais bem preparados, nota o banco de investimento, sendo que o facto de as sondagens nos EUA apontarem para um resultado renhido já tinha preparado os investidores para a eventualidade de o resultado poder levar Trump para a Casa Branca.
Trump é pior que o Brexit, diz o BMI Research
O choque com a vitória de Trump deverá ter um impacto mais expressivo do que aquele que foi sentido pelos mercados com o Brexit, diz o BMI Research. Porquê? “Ninguém sabe, ao certo, quais são as suas políticas e isso está a preocupar os investidores”, refere o banco de investimento. O dólar deverá continuar a cair, até porque, antecipa, a Fed deverá travar a intenção de subir os juros.
CA: Trump não é um novo Brexit
O resultado das eleições norte-americanas tem algumas semelhanças com as o Brexit no sentido em que os mercados estavam claramente a apostar num resultado diferente. Mas o Crédit Agricole diz que Trump não será um novo Brexit. Neste sentido, depois da reação negativa inicial, antecipa que “os mercados estabilizem e que o dólar, em particular, supere a fraqueza inicial”. Ainda assim, o dólar deverá cair contra o euro e o iene tendo em conta a reversão nas expectativas para a subida de juros da Fed.
Emergentes na mira, alerta o SocGen
O Société Générale vê a vitória de Trump como um risco para os mercados emergentes fruto da expectativa quanto a uma política comercial por parte dos EUA. México e Coreia do Sul podem ser os mais penalizados, mas o banco de investimento francês recomenda vender todas as classes de ativos dos emergentes. Onde apostar? Ativos norte-americanos, tanto ações como dívida, moedas (euro e iene), mas também ouro.
Dólar vai cair. Emergentes também, alerta o Barclays
O Barclays diz que a reação dos mercados não está a ser excessiva. “A dúvida é durante quanto tempo este movimento de fuga ao risco vai durar”, refere o banco de investimento. Relativamente ao dólar, o banco antecipa uma maior pressão na divisa norte-americana que deverá cair contra o euro e o iene com a menor expectativa quanto à subida de juros da Fed. Mais vai subir contra as moedas dos emergentes “perante uma potencial guerra comercial” entre os EUA e estas economias.
Moedas emergentes em apuros, diz o Macquarie
A vitória de Trump deverá acelerar alterações na política comercial norte-americana, na despesa dos EUA e, potencialmente, uma alteração na liderança da Fed. Neste contexto, e focando-se especialmente na questão da política comercial, o Macquarie diz que o republicano será negativo para moedas dos emergentes. O euro, o franco suíço e o iene são as moedas de refúgio.
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