Hired, o Tinder da empregabilidade
E se fossem as empresas a candidatarem-se ao talento das pessoas? E se houvesse uma plataforma que fizesse isso mesmo? Pois, há: chama-se Hired e quer resolver o problema do desemprego com tecnologia.
É um clichê mas é verdade: encontrar emprego não é tarefa fácil. “E muita gente empregada pensa em mudar de emprego com frequência”, assegurou Mehul Patel, presidente executivo da Hired, uma plataforma inovadora de empregabilidade, num painel no Web Summit. Felizmente, a tecnologia está aí para ajudar nisso mesmo.
A missão da Hired é pragmática: “Arranjar a toda a gente um emprego de que gostem”, indica a empresa na internet. Mas, para isso, acredita que é preciso inverter por completo o processo de candidatura. Isso mesmo: que sejam os empregadores a procurarem o talento, em vez de ser o talento a procurar as empresas.
Através da Hired, o candidato preenche um perfil e, depois, a plataforma faz “correspondência desse candidato com as empresas que estão à procura de pessoas com essas características”, disse Patel — precisamente como acontece em muitas aplicações de dating — daí a comparação com o Tinder –, mas adaptando o processo à realidade do emprego. Patel acredita que, ligando “talento com oportunidade”, é possível resolver o flagelo do desemprego.
Numa conversa com Kit Eaton, do jornal norte-americano The New York Times, o responsável pela plataforma Hired disse que este modelo leva a uma “procura de emprego mais eficaz” e brincou com a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos: “Se alguém estiver à procura de pessoas para construir uma muralha na fronteira com o México, podemos encontrar essas pessoas”, disse.
Uma questão de “propósito”
O emprego é “a segunda escolha mais importante” da vida de uma pessoa, logo a seguir ao parceiro ou parceira, frisou Mehul Patel. É aí que entra o “propósito” de vida de cada um, que tantas vezes é deixado de lado na altura de se candidatar a um emprego. O que a Hired se propõe a fazer é, explicou o presidente executivo, “corresponder esse propósito com a missão de cada companhia”.
Os cerca de quatro anos de atividade dão informação que permitem olhar para o mercado de trabalho no geral: “20% a 25% dos candidatos [a emprego] vão para outros países”, contou Mehul Patel. E que mal tem? “Não há necessidade de estares só em São Francisco. Podes vir trabalhar para Lisboa”, sugeriu. E apesar de a ideia por detrás da Hired ser inovadora, o presidente executivo terminou, reconhecendo que “temos visto pessoal a fazer o que estamos a fazer”. Vem aí concorrência.
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