Costa anuncia plano de reordenamento da Serra de Monchique

O primeiro-ministro António Costa anunciou esta sexta-feira que vai ser lançado um projeto para a criação de um plano de reordenamento económico da Serra de Monchique. A ideia é que a serra não dependa tanto das espécies de crescimento rápido e que possa fazer apostas concretas em espécies e produtos autóctones, inclusivamente para enriquecer a oferta turística do Algarve.

Numa conferência de imprensa em Monchique, zona que tem sido fustigada durante toda esta semana por um incêndio que é o maior da Europa este ano, o primeiro-ministro referiu que Monchique poderia, com a ajuda este programa de reordenamento que será coordenado pelo presidente da Câmara de Monchique, com o apoio dos municípios adjacentes e da Administração Central, ajudar a dar diversidade ao turismo do Algarve, para que esta “não assente exclusivamente nas magníficas praias e no seu mar mas possa valorizar mais a componente do turismo de natureza”.

Foi uma das cinco prioridades que António Costa referiu perante os jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP 3. O primeiro-ministro aproveitou ainda para, no âmbito da atividade turística, anunciar uma linha de financiamento à tesouraria, a ser disponibilizada pela secretaria de Estado do Turismo, que ajudará a manter a atividade e os postos de trabalho em unidades hoteleiras que possam ter escapado incólumes mas venham a sofrer com uma quebra da frequência. Para as restantes empresas da região, cujos danos ainda não foram contabilizados, os municípios vão ajudar a encaminhar as empresas para as linhas de apoio existentes.

No caso das pessoas afetadas pelo fogo, o primeiro-ministro sublinhou que já não existem desalojados nos concelhos de Silves e Portimão, mas que em Monchique ainda estão a ser contabilizadas as pessoas sem condições de regressar às suas habitações. Entre as que estavam nos abrigos disponibilizados pelo Estado, existem 11 pessoas, de cinco agregados, que não podem voltar às suas casas que ficaram danificadas. Em Monchique foram identificadas, até agora, 17 habitações danificadas ou destruídas. Dependendo do problema identificado, o tipo de apoio que será dado às famílias pode passar pelo arrendamento provisório durante a reabilitação da habitação ou mesmo pelo apoio a uma reconstrução integral, exemplificou António Costa.

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Também tem sido disponibilizado apoio aos animais da região, com o abastecimento do centro de distribuição alimentar com feno e rações, e a preparação, para a semana que vem, da distribuição de açúcar aos apicultores, para a alimentação das suas abelhas. Os prejuízos na agricultura, disse ainda António Costa, estão a ser contabilizados para que os envolvidos possam candidatar-se à medida 622, que ajuda a restabelecer o potencial produtivo, por exemplo através da recuperação de instalações ou substituição de alfaias agrícolas.

Entretanto, o Instituto de Proteção da Natureza e da Floresta “vai começar imediatamente ações de estabilização dos solos de emergência, medidas muito importante para evitar derrocadas e a contaminação dos aquíferos”, disse o primeiro-ministro.