Twin Towers, em Lisboa, vão ser transformadas numa “aldeia empresarial”
As famosas torres em Sete Rios vão ser inauguradas em setembro como escritórios para empresas, "com rendas mais competitivas". O ECO foi conversar com o José Luís Pinto Basto, CEO do The Edge Group.
Em Sete Rios vai nascer uma “aldeia empresarial”. As famosas Twin Towers vão ser transformadas num espaço criado a pensar exclusivamente nas empresas, com uma área de escritórios a rondar os 10.000 metros quadrados. Com “rendas mais competitivas”, áreas comuns “bastante simpáticas” e com “luz natural a toda a volta”, o projeto “Espaço 7 Rios” resultará de um investimento de cerca de 20 milhões de euros. A abertura está prevista para setembro e 80% do espaço já está ocupado.
“Identificámos, há uns anos, que estava a acontecer uma mudança naquilo que eram os centros comerciais de média dimensão, uma vez que os maiores absorviam a maior parte da procura, não só por parte dos lojistas mas, acima de tudo, por parte dos consumidores”, começa por contar ao ECO José Luís Pinto Basto, CEO do The Edge Group, que adquiriu as galerias dos edifícios em 2014. “O edifício foi bem comprado, exatamente pela situação em que se encontrava. Gostamos de olhar para casos problemáticos, é um pouco o nosso ADN. Quem nos vendeu acreditou no trabalho que íamos fazer e condicionou parte do preço”, continuou. Neste momento, o valor “está em aberto”, dependente das rendas que forem obtidas.
A holding de investimentos imobiliários acreditou que este ativo, com uma área total de 15.000 metros quadrados, podia ser um “sucesso”. “Acreditamos muito naquela localização, é uma zona prime em termos de acessibilidades, tem metro, comboio e autocarros. Estamos absolutamente convencidos de que este será, pelo menos, durante muitos anos, um bom centro empresarial“, revelou o presidente executivo. O “Espaço 7 Rios” está localizado na parte inferior das Twin Towers, sob os cerca de 300 apartamentos. A ideia, disse, é criar uma “pequena aldeia de serviços e vivências, diferente daquilo que é um edifício de escritórios tradicional”.
Na altura de aquisição do imóvel — “que estava em sofrimento, assim como outros centros comerciais de média dimensão” –, no espaço estavam instalados um ginásio e uma clínica, que o The Edge Group optou por deixar ficar por considerar que “fazia todo o sentido”. Somados a esses serviços vão estar espaços de escritórios, 370 lugares de estacionamento, uma sala de cinema adaptada para auditório, um espaço comum, dois restaurantes e, possivelmente, outro tipo de “serviços de bairro” como cabeleireiros e floristas. Para além disso, outra das particularidades dos imóveis adquiridos pelo grupo são os espaços LEAP — no fundo, uma gestora de centros de escritórios.
O LEAP foi criado em 2011, na altura em que a holding inaugurou o centro empresarial Espaço Amoreiras, num conceito semelhante, onde estão empresas como a Microsoft, Uber, Farfetch ou até o Facebook. “A flexibilidade é um aspeto fundamental deste conceito, que é cada vez mais valorizado pelas empresas que não pretendem ter compromissos de longo prazo em relação a coisas que são muito dinâmicas, nomeadamente o espaço e o número de postos de trabalho“, explica José Basto. Basicamente são escritórios com dimensões mais pequenas, que prestam às empresas serviços como limpeza, eletricidade, Internet, receção, etc., ou seja, não há este tipo de preocupações que haveria se estivessem instaladas num edifício de escritórios tradicional. “Se as empresas fizerem bem as contas, o benefício é 30 a 40% mais barato do que seria ter isso tudo num escritório isolado, só para elas“, remata.
Em termos de rendas, José Basta adianta que estas são “mais competitivas” do que no resto do mercado. “Tentamos sempre ser um pouco mais competitivos, mas está muito relacionado com a zona onde estamos”. Enquanto no Espaço Amoreiras as rendas vão dos 18 aos 20 euros por metro quadrado, no Espaço 7 Rios serão um pouco mais baixas, também porque optam por valores “mais atrativos no lançamento”: entre os 13 e os 15 euros por metro quadrado.
Forte Center em Carnaxide conta com participação do grupo Auchan
Atualmente, a holding tem “bastantes projetos em curso, especificamente na área dos escritórios”, revela o CEO. Para além de edifício de escritórios em Matosinhos, o Metropolis, com 110.000 metros quadrados, somam-se ainda outros 12. Um deles é em Carnaxide, um terreno comprado em 2014 mas com as licenças obtidas há pouco tempo. “Não sei se quatro anos se pode dizer que foi um licenciamento difícil, tendo em conta aquilo que é a média do nosso país”, diz José Basto.
O Forte Center, que terá uma área de 42.000 metros quadrados, vai resultar num investimento de cerca de 60 milhões de euros. No ano de compra, a empresa assinou um acordo com o grupo Starwood, subsidiária da cadeia de hotéis Marriott, e ainda com a Sonae. Contudo, o interesse da retalhista caiu por terra a partir do momento em que a Immochan, imobiliária do grupo Auchan, comprou 50% do projeto.
“Gostaríamos de começar a construção no início do próximo ano. Vamos entrar ainda este ano em pré-comercialização, mais uma vez é uma oferta de escritórios moderna, achamos que é icónica, estamos a falar de uma torre de 19 pisos. As acessibilidades são ótimas e, pelo menos há dez anos, não há um edifício novo construído naquela zona. Estamos a sentir já que tem bastante procura”, diz. “A ideia será essencialmente um projeto de escritórios com alguma componente de retalho complementar, não sabemos ainda se terá retalho alimentar. Mas não é um compromisso da parte deles [Immochan] vir com algumas dessas insígnias”, conclui.
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