Mais mulheres nos conselhos de administração dos bancos significam melhores resultados
Um estudo sugere que a diversidade de género potencia os resultados das entidades bancárias, caso os conselhos de administração tenham tantos homens como mulheres.
O que é que tem o número de mulheres no conselho de administração de um banco a ver com os resultados económicos dessa mesma instituição bancária? Tem tudo a ver, diz uma investigação académica que concluiu que há uma relação positiva entre diversidade de género e êxito económico, caso se verifiquem determinados requisitos.
Ann Owen, professora de economia no Hamilton College, em Nova Iorque, e Judit Temesvary, economista do Fed, o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos da América (EUA), são as autoras do artigo “Diversidade de género nos conselhos de administração dos bancos e resultados”, publicado no site do Banco de Inglaterra.
Depois de estudarem e refletirem sobre o papel da mulher nas finanças, nos bancos centrais e na economia, as investigadoras concluíram que, em bancos bem administrados e onde há um determinado nível de diversidade, a relação entre o número de mulheres no conselho de administração e o êxito económico é positiva.
“Porquê?”, deve estar você a perguntar. Como é que a relação entre homens e mulheres que existem nos conselhos de administração pode afetar algo tão assexual quanto os resultados anuais de uma empresa? As autoras explicam-no com base em duas razões. A primeira teoria é de que as mulheres, regra geral, acumulam mais conhecimento em certas áreas, nomeadamente recursos humanos e experiências governamentais, e, por isso, quanto mais diversidade houver nos conselhos de administração, mais heterogéneas serão as vozes que os constituem. Esta heterogeneidade resultará num melhor processo de tomada de decisão.
A segunda razão é que as mulheres apresentam, normalmente, percentagens mais elevadas no que toca à participação nos órgãos de que fazem parte, quando comparado com as percentagens dos homens. Assim, um conselho mais feminino será um conselho com um papel mais ativo e com maior presença.
A acrescentar a estas explicações, as investigadoras salientam que um conselho de administração composto, tanto por homens como por mulheres, tem impacto nos resultados económicos, na medida em que fomenta a criatividade e a produtividade.
Outro estudo já tinha mostrado, em 2014, que as mulheres tendem a expressar mais as suas opiniões quanto maior seja a percentagem de mulheres no seu grupo de trabalho.
Forte presença feminina nos bancos… Mas nos cargos mais elevados já não se pode dizer o mesmo
Owen e Temesvary, para chegar a esta conclusão, analisaram os dados de 87 entidades financeiras dos EUA de 1999 até 2015. Durante esse período, a percentagem de mulheres nos conselhos de administração aumentou, no entanto, no último ano, continuava a ser menos de 20%. De acordo com as investigadoras, os bancos comerciais americanos têm uma forte presença feminina, mas só nos cargos mais baixos da escala laboral.
De acordo com as entidades estudadas, a percentagem de trabalhadoras mulheres chega aos 56,7%, quando analisado o número total de empregados. Este número desce para 48% quando referido apenas a gerentes de níveis médios ou baixos e reduz para os 30,8%, se englobar somente os executivos de mais alto cargo.
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