INE confirma aceleração do PIB. Consumo privado cresceu 2,6% no segundo trimestre
A economia portuguesa cresceu 2,3% no segundo trimestre em relação ao período homólogo, revelou o INE, confirmando a estimativa inicial. O consumo privado impulsionou a atividade.
O PIB cresceu 0,5% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses e 2,3% face ao mesmo período do ano anterior, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, confirmando os números provisórios avançados a 14 de agosto, e a aceleração da economia portuguesa face ao arranque do ano. O consumo privado cresceu 2,6%, com a procura interna a servir de motor para a atividade económica.
No primeiro trimestre, o PIB tinha crescido 0,4% em cadeia e 2,1% em termos homólogos.
O INE explica que, para o crescimento homólogo da economia no segundo trimestre, contribuiu decisivamente a procura interna, que deu um contributo de 2,9 pontos percentuais (p.p.), isto é, 1,3 vezes superior à taxa de variação homóloga do PIB naquele período. Já a procura externa líquida deu um contributo negativo de 0,7 pontos percentuais.
Porém, nem todas as componentes da procura interna contribuíram para a evolução do crescimento económico no segundo trimestre. “O consumo privado (Despesas de Consumo Final das Famílias Residentes e Das Instituições Sem Fim Lucrativo ao Serviço das Famílias) aumentou 2,6% em termos homólogos, mais 0,5 p.p. que no trimestre anterior, enquanto o consumo público apresentou uma variação homóloga de 0,4% (0,3% no trimestre anterior). O investimento desacelerou, passando de um crescimento homólogo de 7,1% no primeiro trimestre para 6,4%”, escreve o INE. O contributo negativo da procura externa líquida agravou-se, passando de -0,6 p.p. para -0,7 p.p.
Em reação a estes números, o Ministério das Finanças assinalou o 17.º trimestre consecutivo de crescimento económico, o que considera ser “o melhor garante de resiliência da economia portuguesa face às exigências macroeconómicas e de provisão sustentável de serviços públicos”.
Consumo de bens duradouros dispara à custa da venda de carros
A aceleração do consumo privado resultou das despesas em bens duradouros, que o INE atribui à evolução da compra de automóveis. “As despesas em bens duradouros aceleraram para uma variação homóloga de 8,8% (2,6% no primeiro trimestre), devido em larga medida ao aumento verificado na componente automóvel“.
Dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) mostram que até julho as vendas de carros aumentaram 10,5% face ao período homólogo. Uma alteração fiscal que aumentava o preço dos carros estava prevista para setembro, levando várias marcas a fazer campanhas de vendas antes desse período. Esta alteração acabou por ser adiada.
Já o investimento abrandou entre o primeiro e o segundo trimestre, com a taxa de variação homóloga a passar de 7,1% para 6,4%. O INE justifica que “o abrandamento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) total resultou, em grande medida, da diminuição da FBCF em material transporte, que passou de uma variação homóloga de 11,3% no primeiro trimestre para -6,6%, refletindo o efeito base da forte aceleração verificada no segundo trimestre de 2017”.
As exportações aceleram entre o primeiro e o segundo trimestre, mas as importações também, apresentado taxas de crescimento superiores às das vendas de bens e serviços para exterior. A taxa de variação homóloga das exportações passou de 4,7% para 6,8% e a taxa de variação homóloga das importações saltou de de 5,6% para 7,9%.
O crescimento da economia no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores — de 0,4% — foi também impulsionado pela procura interna, que contribuiu com 0,8 pontos percentuais, já que a procura externa liquida deu um contributo negativo de 0,3 pontos percentuais.
Neste caso, o consumo privado apresentou uma taxa de variação em cadeia nula, mas as despesas com bens duradouros também revelaram um impulso, já que cresceram 4,7%.
(Notícia atualizada às 12:54 com reação do Ministério das Finanças)
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