Desemprego estabiliza em 6,8% em julho
O desemprego terá atingido 6,8% da população ativa em julho, revela o INE nas suas estimativas provisórias. No mês anterior, a taxa de desemprego foi revista em alta em uma décima para 6,8%.
A taxa de desemprego terá estabilizado em 6,8% em julho, depois de ter fechado junho com valor igual, a taxa mensal mais baixa desde setembro de 2002, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira.
Em agosto, o INE revelou que a taxa de desemprego do conjunto do segundo trimestre fechou em 6,8%, o registo mais baixo desde 2004. Para este valor trimestral contribuiu a taxa de desemprego mensal de 6,8%, que o INE revela esta quinta-feira e que constituiu uma revisão em alta de apenas uma décima face à estimativa provisória conhecida há um mês.
Nessa altura, o INE previa que o desemprego em junho voltasse a recuar, mas para 6,7%. A taxa de desemprego mensal de junho acabou por ficar em 6,8%. Mas, apesar da ligeira revisão em alta, a taxa de desemprego manteve a trajetória de redução já que, em maio, a taxa tinha sido de 7%. “A taxa de desemprego de junho de 2018 situou-se em 6,8%, menos 0,2 pontos percentuais (p.p.) que no mês anterior, menos 0,7 p.p. em relação a três meses antes e menos 2,3 p.p. que no mesmo mês de 2017”, escreve o INE, acrescentando que “desde setembro de 2002 que não era observada uma taxa de desemprego tão baixa”.
Esta quinta-feira, o INE dá mais um dado — ainda provisório — sobre o mercado de trabalho, que entra já no horizonte temporal do terceiro trimestre. “A estimativa provisória da taxa de desemprego de julho de 2018 aponta para a manutenção da taxa desemprego no mesmo valor do mês anterior (6,8%)“, afirma o INE. No entanto, o mercado de trabalho continua a apresentar melhorias face ao ano anterior. A taxa de desemprego terá diminuído 2,1 p.p. em relação a julho de 2017. Os cálculos provisórios do INE indicam que em julho o desemprego terá atingido 352,9 mil pessoas.
Ainda no que toca a dados provisórios, o INE indica que “as taxas de desemprego dos jovens e dos adultos foram estimadas em 20,3% e 5,8% respetivamente. A primeira aumentou 0,6 p.p. em relação ao mês precedente, enquanto a segunda se manteve inalterada”.
O que determinou a revisão em alta de junho?
Os dados mais atuais do INE permitiram tornar definitivo o registo do mês de junho. O INE explica que houve mais desempregados mas também mais empregados do que estimava antes. “Em junho de 2018, a revisão em alta (+0,1 p.p.) da taxa de desemprego ajustada de sazonalidade foi acompanhada por revisões em alta para os homens e os jovens (+0,1 p.p., em ambos os grupos). A revisão em alta da taxa de desemprego foi acompanhada por uma revisão em alta da população desempregada (+5,3 mil; +1,5%) e por uma revisão também em alta da população empregada (+6,6 mil; +0,1%)”.
Assim em junho a população desempregada aumentou para 352,4 mil pessoas e a população empregada subiu para 4.811,6 mil pessoas.
“Estes números vêm demonstrar uma boa situação no mercado de trabalho com a descida do desemprego” em junho, considerou o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, citado pela Lusa.
Reagindo aos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), e centrando a sua reação nos números de junho, que revelam que a taxa de desemprego desceu para 6,8%, quer em termos homólogos quer em cadeia, sendo a mais baixa desde setembro de 2002, o governante destacou, por seu lado, que também “a dinâmica da criação de emprego continua muito elevada”.
“No horizonte desta legislatura, neste mês completa-se a criação de mais de 321 mil postos de trabalho, o que é, de facto, um resultado muito forte e muito impressivo, que demonstra a dinâmica do mercado de trabalho, quer na parte dos jovens, quer na parte dos menos jovens”, notou Vieira da Silva.
Falando num “conjunto de fatores que mostram que há um dinamismo muito grande do mercado de trabalho”, este responsável adiantou que “as contribuições para a Segurança Social também continuam a crescer a um ritmo muito elevado”.
Tal situação “quer dizer que o emprego e os salários estão a comportar-se de uma forma positiva e isso é, obviamente, um fator muito importante para a nossa sociedade e para a nossa economia”, vincou.
Ainda assim, Vieira da Silva referiu que “também já é visível que, em muitos setores de atividade, em várias regiões do país, há a consolidação de um problema que surge, que é a falta de mão-de-obra particularmente qualificada para alguns investimentos”.
Esta é, assim, “uma preocupação” para o executivo, que pretende assegurar que não existem “bloqueio aos investimentos, que são fundamentais”, concluiu Vieira da Silva.
(Notícia atualizada às 14h48 com declarações do ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social.)
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