Vieira da Silva: Dados do desemprego refletem “evolução mais positiva de toda a legislatura”

  • Lusa
  • 8 Agosto 2018

"Há um dinamismo muito forte do mercado de trabalho que corresponde ao dinamismo da economia e que é provavelmente das melhores notícias que podemos ter", disse o ministro do Trabalho.

O ministro do Trabalho disse esta quarta-feira à Lusa que os dados do desemprego do segundo trimestre são “talvez a evolução mais positiva” de toda a legislatura do ponto de vista trimestral, classificando-os de “sinal muito positivo” para Portugal.

A taxa de desemprego desceu para 6,7% no segundo trimestre, atingindo o “valor mais baixo da série iniciada no primeiro trimestre de 2011”, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). “Esta é talvez a evolução mais positiva de toda esta legislatura do ponto de vista trimestral“, disse o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, ao comentar os dados do INE.

A taxa de 6,7% de desemprego “compara com aquilo que existia no final de 2015, onde no início desta legislatura era de 12,2%, uma queda de 44% do número de desempregados e da taxa de desemprego”, destacou o governante. Além disso, “é um dado muito significativo”, uma vez que “é acompanhado por um forte crescimento do emprego“, salientou.

“Foram criados em termos líquidos, nestes cerca de dois anos e meio, 312 mil postos de trabalho, foi diminuído em 282 mil o número de desempregados, dos quais 211 mil são desempregados de longa duração”, prosseguiu José António Vieira da Silva. “E este é um dos dados mais significativos desta informação do Instituto Nacional de Estatística, que é a forte concentração da diminuição do desemprego em desempregados de longa duração“, apontou o governante, destacando que a taxa de desempregados de longa duração, ou seja, há mais de um ano no desemprego, era de 7,6% e agora é de 3,5%, “das mais baixas deste século”.

Isto significa que “o dinamismo do emprego está a ser muito forte, a recuperar para o mercado de trabalho pessoas que estavam afastadas há muito tempo, faz com que também tenha crescido a população ativa”, sublinhou o ministro. Além disso, também destacou que “há uma melhoria no emprego juvenil muito forte“, apontando que é “uma melhoria ainda mais sólida naquilo que são chamados jovens Neet [que não está nem a trabalhar nem a estudar ou a frequentar qualquer tipo de formação], uma vez que “a descida é muito relevante, passa dos 227 mil para 137 mil”.

“Todos os indicadores são indicadores de reequilíbrio e, para finalizar, isto é acompanhado por um crescimento do salário médio superior a 4% em termos anuais pelos dados do INE. Portanto, há, de facto, um dinamismo muito forte do mercado de trabalho que corresponde ao dinamismo da economia e que é provavelmente das melhores notícias que podemos ter do ponto de vista estrutural, porque quer dizer que a economia portuguesa se está a modernizar e está a modernizar-se com forte conteúdo de emprego”, afirmou Vieira da Silva.

É um sinal muito positivo para o país, o Governo sempre disse que a prioridade do país tinha de ser emprego, emprego, emprego, sem crescimento do emprego e dos salários tudo mais se torna mais difícil”, concluiu. De acordo com o INE, a população desempregada, estimada em 351,8 mil pessoas, “diminuiu 14,2% (menos 58,3 mil) relativamente ao trimestre anterior, prosseguindo os decréscimos trimestrais observados desde o segundo trimestre de 2016″. No que respeita ao trimestre homólogo, registou-se um recuo de 23,7% (menos 109,6 mil), “ligeiramente inferior à observada no trimestre precedente”.

A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) desceu para 19,4%, “correspondendo também ao valor mais baixo da série iniciada no primeiro trimestre de 2011“, adianta o INE nas estatísticas de emprego relativas ao segundo trimestre deste ano. Já a população empregada teve um aumento trimestral de 1,4% (67,4 mil) e de 2,4% (mais 113,7 mil) em termos homólogos.

Cristas defende que descida do desemprego vai “à boleia da reforma laboral” do PSD e CDS

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu esta quarta-feira que a descida da taxa de desemprego “não tem a ver com a ação do Governo” e foi alcançada “à boleia da reforma laboral” do anterior executivo. “Tudo o que é boa notícia para o país é boa notícia para nós também. Tenho-o dito muitas vezes. Nessa matéria, creio que o Governo levou uma boleia muito grande da reforma laboral feita pelo anterior Governo que, como está à vista, ajudou a favorecer uma descida do desemprego“, defendeu Assunção Cristas.

Falando aos jornalistas na sede centrista, em Lisboa, onde decorreu uma reunião da comissão executiva do partido, o órgão restrito de direção, Assunção Cristas considerou que a descida do desemprego é “um exemplo que não tem a ver com a ação do Governo”, enquanto “aquilo que tem a ver com a ação do Governo é aquilo que está a correr profundamente mal”.

“O CDS terá sempre uma palavra positiva para as coisas que são positivas e terá sempre uma palavra de denúncia, de preocupação, e de exigência, para aquilo que está a correr mal. Neste momento, o que está a correr mal é a imensa degradação dos serviços públicos, precisamente aquilo que está na mão do Governo evitar”, argumentou. Para a líder centrista, a descida do desemprego é também “fruto de uma conjuntura externa muitíssimo favorável que tem empurrado o crescimento do país”.

“Se eu estivesse no Governo estaria preocupada com a desaceleração do crescimento económico — estando na oposição preocupa-me muito –, estaria preocupada com a qualidade dos empregos que criamos, estaria preocupada com a sustentabilidade desse crescimento que nos permite ter bons emprego”, sustentou. “Aí, infelizmente, vejo o Governo a andar para trás, nomeadamente, revertendo uma reforma laboral que, como está à vista de todos, foi bem-sucedida“, concluiu.

PS diz que descida do desemprego mostra robustez da economia

O PS destacou esta quarta-feira como positiva a descida da taxa de desemprego no segundo trimestre, afirmando que os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística dão confiança no crescimento da economia. Em declarações à agência Lusa, o deputado do PS João Galamba afirmou que “são números muito positivos” e, sobretudo numa altura em que a economia europeia parece estar em desaceleração, “dão confiança na robustez do crescimento da economia”.

O deputado socialista assinalou também que este “é o terceiro ano seguido em que há mais 100 mil empregos criados por ano”. João Galamba destacou ainda “a queda muito significativa no desemprego de longa duração (pessoas há mais de um ano à procura de emprego) e, sobretudo, o desemprego jovem, que está pela primeira vez em muitos anos abaixo dos 20%”, quando, no início da legislatura estava acima dos 30%

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