Louçã avisa que “política suja” vai chegar à próxima campanha eleitoral em Portugal
Antigo coordenador bloquista Francisco Louçã antecipou que na próxima campanha eleitoral em Portugal será visível "o que é a política suja", considerando que há "um fascínio por Trump.
O antigo coordenador bloquista Francisco Louçã antecipou este domingo que na próxima campanha eleitoral em Portugal será visível “o que é a política suja”, considerando que há “um fascínio, particularmente da direita, pelo sucesso” do Presidente dos EUA, Donald Trump.
Francisco Louçã voltou a ser um dos oradores do Fórum Socialismo, a ‘rentrée’ política do BE que hoje termina em Leiria, e perante uma sala cheia apresentou um painel intitulado “A democracia líquida e a estratégia matrioska: será que os russos determinam as eleições por todo o lado?”.
“Eu até antecipo que na próxima campanha eleitoral em Portugal nós vamos ver, pela primeira vez, de uma forma muito aberta o que é a política suja“, alertou.
Na opinião do fundador e antigo líder do BE, “neste verão já houve alguns episódios disso, algumas capas de jornais, algumas formas de notícias e algumas coisas inconsequentes”.
Se virem as redes sociais e como se reproduzem algumas ideias e algumas tipologias, percebe-se que há um fascínio particularmente da direita pelo sucesso do Trump.
“Mas sobretudo se virem as redes sociais e como se reproduzem algumas ideias e algumas tipologias, percebe-se que há um fascínio particularmente da direita pelo sucesso do Trump”, comparou.
Este sucesso, na opinião de Louçã, “empolga porque mostra que é possível vencer a maioria” e “uma minoria impor-se” contra essa mesma maioria, permitindo “alterar as possibilidades eleitorais”.
“Hillary Clinton ia ganhar as eleições. Pensava ela e pensavam os outros. É possível subverter a lógica eleitoral, mesmo uma maioria de três milhões de votos, quando votam cento e poucos milhões”, recordou.
O bloquista referia-se ao facto de Trump ter vencido as eleições de 2016 a Hillary Clinton apesar desta ter obtido mais quase 2,9 milhões de votos, o que a tornou na quinta figura a candidatar-se à presidência na história dos Estados Unidos que ganhou o voto popular mas que perdeu o Colégio Eleitoral, o processo que integra 538 “grandes eleitores”, representativos dos estados norte-americanos, e que é responsável pela eleição do Presidente.
Segundo Louçã “isto empolga a direita” e, apesar de Trump ser “um bocado apalhaçado e não se tornar muito simpático, é verdadeiramente um herói”.
“Ele prova que tudo é possível quando se utilizam os instrumentos mais violentos na luta suja. E, portanto, eu creio que isso vai ser reproduzido porque o sucesso se reproduz e o sucesso se imita”, antecipou.
Para Louçã, aquilo que irá acontecer é “uma multiplicação destes mecanismos de ‘matrioska’, de argumentos escondidos dentro dos outros e sobretudo de grande violência e de grande agressividade política porque a democracia líquida é a mais vulnerável de todas porque nela os votos já não contam da mesma maneira”.
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