Burning Man vs Vaticano. O que têm em comum?
O que é que um festival de arte tem em comum com a sede da igreja Católica? Foi isso que se discutiu no palco principal do Web Summit.
Bishop Paul Tighe, do Vaticano, e Marian Goodell, do Burning Man Project, partilham o sofá no palco principal do Web Summit. No arranque do painel intitulado Preaching to the converted, a mediadora, Jessi Hempel, do BackChannel, pergunta: “Sabem por que estão os dois no mesmo painel?”
A conversa arranca. Goodell fala do festival de arte como um motor para o sentido de esperança para a humanidade. “As pessoas refletem sobre a fé e sobre o sentido de si mesmas”, conta, sobre a experiência pós-festival que acontece desde há 20 anos. Assim, detalha, no mesmo espaço, os estranhos têm muitos estímulos. “Olhas para o mundo de forma diferente, para a maneira como te relacionas e para o que fazes. Lá as pessoas estão à procura de algo, de um guia”, admite.
Paul Tighe tem uma perspetiva semelhante, sobretudo face à cultura digital “que está a transformar o mundo”. “Temos de saber como é que isso pode trazer-nos uma melhor maneira de viver a vida”, diz o padre do Vaticano. “Acho que a razão pela qual estamos aqui juntos, é porque as pessoas deixaram a igreja para trás. As pessoas querem explorar qualquer coisa a que não chegaram, num outro nível. (…) Os seres humanos em que acredito são feitos para amar e ser amados. Os momentos em que podemos encontrar o verdadeiro sentido do amor são quando damos em vez de receber”, sublinha.
E é aí que, tanto no projeto do Vaticano como no do festival norte-americano, a tecnologia ganha protagonismo. “Podemos partilhar informação e construir mais conexões com pessoas que têm perspetivas diferentes. Para mim a igreja é uma comunidade que acredita em Jesus e que acredita que ele pode trazer boas notícias para o mundo. E o mundo é um enorme lugar de diversidade”.
Goodell concorda: “A tecnologia teve um papel fundamental para fazer crescer o evento e chegarmos a mais gente. Se as pessoas não se conhecem vão sentir-se isoladas. A internet é uma oportunidade de pôr o framework a funcionar”, assegura.
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