Medina diz que reduzir preço dos passes é mais eficaz do que baixar combustíveis
A redução do preço dos transportes públicos para os utilizadores é uma medida mais eficaz e economicamente mais racional do que a redução do imposto sobre combustíveis, diz Medina.
O presidente da Câmara de Lisboa defendeu esta terça-feira que a proposta de redução dos preços dos transportes públicos “vem tarde”, recusando eleitoralismos a um ano das legislativas e defendendo-a como mais eficaz do que reduzir o imposto sobre combustíveis.
“Acabei de ser eleito. Com certeza não vim propor nenhuma medida eleitoralista para uma eleição que não existe. Acho que esta medida vem tarde”, disse o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Fernando Medina, à entrada para a cerimónia de entrega do Prémio António Champalimaud de Visão 2018, que hoje decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
Acabei de ser eleito. Com certeza não vim propor nenhuma medida eleitoralista para uma eleição que não existe. Acho que esta medida vem tarde.
Medina disse que os custos da medida estão calculados e na posse do Governo, defendendo a redução do preço dos transportes públicos para os utilizadores como uma medida mais eficaz e economicamente mais racional do que a redução do imposto sobre combustíveis, já aprovada pelo Parlamento.
“Comparem esta medida com a diminuição do imposto sobre combustíveis. Acham que essa medida serviria alguém, chegaria ao bolso de alguém? Essa proposta é mais cara do que termos passes sociais em todo o país”, disse o presidente da CML.
Fernando Medina defendeu a “qualidade da medida”, rejeitando o discurso crítico em relação aos custos e sublinhando a sua importância para mudar “o paradigma da mobilidade” em Lisboa, substituindo o transporte individual pelo transporte público.
Comparem esta medida com a diminuição do imposto sobre combustíveis. Acham que essa medida serviria alguém, chegaria ao bolso de alguém? Essa proposta é mais cara do que termos passes sociais em todo o país.
“Na polémica toda há algo que ainda não ouvi ninguém dizer com razão e com propriedade: é que termos mais pessoas a andar de transporte público e apoiarmos mais é uma má ideia. Ainda não ouvi ninguém. Ouvi muito comentário lateral, muita ideia sobre como é que se paga”, disse.
Medina acrescentou que o financiamento da medida é uma questão que está ainda a ser trabalhada, assim como a sua previsão no Orçamento do Estado para 2019.
“Concentremo-nos no fundamental: a medida é boa ou é má? Acho que é uma excelente medida. Resolve o problema ambiental, resolve o problema da competitividade da economia do país, ajuda do ponto de vista da coesão social e da economia das famílias e vai resolver o problema do congestionamento de trânsito da cidade de Lisboa. Vamos em conjunto trabalhar para encontrar as formas de a financiar. Já sabemos todos que o seu financiamento é mais fácil e mais barato do que algumas medidas, que essas sim, não merecem, não têm sentido ser aprovadas e, portanto, não têm sentido ser aprovadas”, disse.
A ideia de transportes públicos mais baratos, nomeadamente na capital do país e no Porto, foi posta na ordem do dia pelo presidente da Câmara de Lisboa e presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina.
Numa entrevista publicada no sábado pelo jornal Expresso, o socialista defendeu que os passes para circular dentro do concelho deveriam ter um teto máximo de 30 euros, valor que subiria para os 40 euros na área metropolitana. Hoje, o jornal Público escreve que o ministro do Ambiente, que tutela os transportes, está a acompanhar esta matéria, mas pretende que a medida seja alargada a todo o país.
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