Seis empresas familiares portuguesas entre as mil maiores do mundo. Semapa destaca-se pelos dividendos
A Semapa aparece em lugar de destaque no relatório "The Credit Suisse family in 2018", devido à elevada rentabilidade dos seus dividendos face ao setor na Europa.
A Semapa faz parte de um rol de seis empresas portuguesas que aparecem no ranking das maiores empresas familiares cotadas do mundo, segundo o relatório “The Credit Suisse Family in 2018”. É uma das 226 empresas europeias no ranking deste ano que conta com 1.015 cotadas familiares de todo o mundo.
A holding de Pedro Queiroz Pereira, o empresário que faleceu este verão, brilha no relatório do banco suíço, merecendo um destaque que é dado às restantes cinco empresas familiares portuguesas que não são nomeadas. Segundo o documento, a Semapa alcança o 16º lugar entre as empresas europeias com melhor desempenho relativo ao setor em termos de rentabilidade da remuneração acionista.
Segundo o Credit Suisse, os dividendos da Semapa — que controla a Navigator e a Secil — apresentaram retorno 21% superior ao do setor nos últimos três anos, chegando aos 22% a cinco anos. E mesmo numa análise de mais longo prazo, a dez anos, o resultado é expressivo: 12%. A média das rentabilidades nestas três maturidades valeu-lhe o destaque num ranking encabeçado pela Nemetschek, da Alemanha.
Se as cotadas familiares germânicas dominam no que toca à rentabilidade dos dividendos pagos, entre as europeias, no topo das mais rentáveis (as que geram maiores lucros) a nível global, está outra empresa europeia, a Hargreaves Lansdown, seguida da Amerisourcebergen e da Federated Invrs.
Mais europeias, muitas asiáticas
O “The Credit Suisse Family in 2018” conta, este ano, com 1.015 empresas familiares que têm parte do seu capital em bolsa, contando com um crescente número de cotadas do Velho Continente. No entanto, destaca o banco suíço, são as asiáticas (excluindo o Japão) que continuam a dominar.
“O nosso ranking continua a ser dominado por empresas da região asiática, com uma quota de 53%. No entanto, com 226 empresas, a Europa representa agora 23% do total, um aumento de 20% face ao ano passado“, refere o relatório do banco suíço. No entanto, para encontrar as maiores é preciso olhar para os EUA.
Alphabet, a dona do Google, e o Facebook, a maior rede social do mundo, lideram o ranking das empresas familiares em termos de capitalização bolsista, estando avaliadas em 856,5 e 536,1 mil milhões de euros, respetivamente. Estas são das maiores empresas do mundo, ficando pouco atrás de cotadas avaliadas em mais de um bilião de dólares, como a Apple e a Amazon.
Empresas familiares crescem mais
De acordo com o Credit Suisse, as empresas familiares são as que apresentam maior crescimento das receitas e dos lucros, em todas as regiões do mundo. Este é o segundo ano em que o Credit Suisse avança com este relatório, mas é a primeira vez em que se debruça sobre as diferentes regiões.
Eugéne Klerk, um dos principais autores do estudo, refere que “este ano constatamos que as empresas de propriedade familiar continuam a superar os seus pares, em todas as regiões, e em todos os setores, independentemente do seu tamanho”. Klerk acredita que isso se deve “às perspetivas de longo prazo das empresas familiares, e à forte aposta em investigação e desenvolvimento e menos em financiamento externo”.
Com um perfil nitidamente mais conservador do que as empresas não familiares, as familiares apresentam um desempenho inferior durante os períodos de crescimento económico. Já no longo prazo, as empresas familiares são aquelas que proporcionam crescimentos de receitas mais fortes, uma característica comum a todas as regiões do mundo analisadas. De resto, acrescenta o documento, é essa atitude que justifica “a forte valorização das ações [destas empresas] desde 2006”.
"Este ano constatamos que as empresas de propriedade familiar continuam a superar os seus pares, em todas as regiões, e em todos os setores, independentemente do seu tamanho.”
A explicar este maior conservadorismo está o facto muitas destas empresas serem muito antigas. Nos países emergentes, em regiões como a América Latina e Ásia (excluindo o Japão), perto de metade das empresas está nas mãos dos fundadores (primeira geração), já em regiões como a Europa e nos Estados Unidos, onde as empresas tendem a ser mais velhas, isso não acontece. No caso europeu, aproximadamente 30% das empresas vai já na quinta geração.
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