S&P abre a porta à subida do rating. Outlook passa a positivo
O rating não mexeu. Mas a agência de notação financeira norte-americana dá razões para Mário Centeno sorrir. Elevou a perspetiva para positiva, deixando a porta aberta a uma melhoria da notação.
A Standard & Poor’s não mexeu no rating de “BBB-“. Mas está preparada para o fazer, elevando-o novamente. É que a agência de notação financeira elevou a perspetiva de “estável” para “positiva”, abrindo a porta a uma melhoria da notação nas próximas atualizações que vier a fazer à dívida de Portugal.
Depois de há um ano ter surpreendido com uma subida de rating antes de colocar a perspetiva em “positiva” — decisão que tende a anteceder uma revisão em alta da classificação atribuída –, retirando Portugal do nível de “lixo”, a agência volta a demonstrar a sua visão mais positiva sobre o país com esta mudança no outlook.
A S&P diz que esta decisão de melhorar a perspetiva do rating com a possibilidade de se continuar a observar a desalavancagem da economia portuguesa, ao mesmo tempo que a estabilidade financeira mostre melhorias. E, diz a agência, há margem para que isso aconteça.
"[A S&P vai continuar a] monitorizar os custos de financiamento e o ainda elevado nível de malparado no sistema financeiro.”
“Podemos rever em alta o nosso rating caso a economia portuguesa continue a desalavancagem ao ritmo de 3% a 5% do PIB ao ano, um processo que pode reduzir o ainda elevado stock da dívida externa” de Portugal, diz a S&P.
“Também consideraremos a revisão da notação se as condições de financiamento de Portugal convergirem com a média da Zona Euro, melhorando o mecanismo de transmissão da política monetária do Banco Central Europeu”, diz, acrescentando que continuar a “monitorizar os custos de financiamento e o ainda elevado nível de malparado no sistema financeiro“.
O Governo diz que “esta atualização reflete a confiança na sustentabilidade dos progressos registados na evolução da economia portuguesa e na gestão das contas públicas, com destaque para as projeções de um crescimento económico robusto, a diminuição da dívida externa, o dinamismo do setor exportador e a solidez do processo de consolidação orçamental”.
Centeno promete “orçamento equilibrado no próximo ano”
“Este desenvolvimento é o resultado das nossas políticas orientadas para reforçar a confiança dos agentes económicos, estabilizar o sistema financeiro e equilibrar as contas públicas, através do aumento continuado da qualidade da despesa pública”, nota Mário Centeno, ministro das Finanças, em comunicado.
"O Governo tenciona alcançar um orçamento equilibrado no próximo ano e manter a trajetória descendente do peso da dívida pública no PIB, por forma a reforçar a resiliência das contas públicas e da economia portuguesa.”
Ao mesmo tempo que se congratula com a decisão, deixa promessas. “O Governo tenciona alcançar um orçamento equilibrado no próximo ano e manter a trajetória descendente do peso da dívida pública no PIB, por forma a reforçar a resiliência das contas públicas e da economia portuguesa”, diz.
“A decisão da S&P traduz o compromisso do Governo de prosseguir uma gestão criteriosa das contas públicas e de continuar a promover um crescimento económico sustentável inclusivo, com aumento do emprego e redução das desigualdades“, remata Mário Centeno.
(Notícia atualizada ás 21h32 com mais informação)
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