Costa aos empresários em Angola: “O investimento angolano é bem-vindo em Portugal”
O primeiro-ministro diz que é preciso fazer um esforço para manter a relação bilateral equilibrada. Destaca que as exportações já estão a recuperar, e que o investimento é essencial.
O primeiro-ministro António Costa falou esta terça-feira com os empresários em Luanda, sublinhando a importância de fazer um esforço para manter as relações, e destacou que Portugal continua a precisar do investimento angolano.
Costa diz aos empresários que “o investimento angolano é bem-vindo em Portugal”, e que é algo que o país continua a necessitar para o seu desenvolvimento, em declarações durante um fórum empresarial. Pediu que as empresas continuassem a investir, exportar, e criar trabalho.
Depois de relembrar que as exportações para Angola sofreram durante o período da crise, afirma que “a recuperação económica de Portugal tem permitido um aumento” destas já desde 2017, e que a relação entre os dois países está “equilibrada”. O primeiro-ministro mostra-se confiante de que se vão concretizar no dia-a-dia “as oportunidades que a parceria estratégica deve visar”.
António Costa reforçou ainda a ideia de que não é necessário a cooperação cingir-se apenas aos dois países, e que “os governos vão trabalhar do ponto de vista bilateral mas também trilateral, associando a nós outros países e outras empresas”. Estes deverão ajudar a relação, e também “a capacidade que temos juntos de intervir noutros espaços”, tanto europeus como africanos.
Os ministros da Agricultura português e angolano, presentes, irão assinar um acordo, o programa de ação 2019/2021, que vai valorizar aquilo que para Costa é “um enorme potencial”. Acredita que Angola tem, através desta aposta, a “oportunidade de reforçar a autonomia económica”.
Para além deste acordo é também celebrado o Programa Estratégico de Cooperação, que tem como um dos pontos mais importantes a educação, de forma a “reforçar o capital humano como condição para potenciar o desenvolvimento”, explica o primeiro-ministro.
Angola está aberta às empresas, desde que “traga riqueza para ambos”
Ao intervir antes do início de um encontro a sós com o primeiro-ministro português, o Presidente angolano já devolveu o convite de Costa. João Lourenço afirmou esta terça-feira que os investimentos diretos portugueses em todos os setores em Angola são “bem-vindos” e que Portugal pode assumir um papel relevante no desenvolvimento dos dois países.
João Lourenço salientou ainda que os investimentos na indústria transformadora, com base em matérias-primas e em materiais locais, a agricultura e a agroindústria são fundamentais para o mercado interno e para as exportações angolanas.
“Vemos com bons olhos a implantação de pequenas e médias empresas portuguesas no mercado angolano, dentro de uma lógica em que se estabeleçam no nosso país para produzir riqueza que resulte em benefícios importantes para ambos“, destacou João Lourenço.
Nesse sentido, o Presidente angolano, dirigindo-se a António Costa, encorajou-o a sensibilizar os investidores portugueses para aceitarem o desafio, “criando-lhes facilidades por via de linhas de crédito que os ajudariam a realizar negócios em Angola”.
“Do nosso lado, estamos a fazer uma aposta decidida na criação de um ambiente de negócios seguro e atrativo, no âmbito do qual os investidores deixam de se confrontar com obstruções resultantes de procedimentos exageradamente burocráticos para estabelecerem uma empresa ou negócio em Angola”, sublinhou.
Para João Lourenço, porém, há que ter em conta que, para todos esses objetivos, que “prevaleçam sempre o bom senso, pragmatismo e sentido de Estado”, para que as relações entre os dois países saiam “continuamente robustecidas” e possam fazer face, “e vencer” as “visões pessimistas” que, de quando sem quando, se procuram afirmar. “Encorajo, pois, a mantermos uma linha de diálogo permanente entre nós”, recomendou.
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