Marcelo despediu-se da “fascinante aventura” do ensino
O Presidente da República deu a sua "última lição formal" como docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É a "verdadeira vocação" da sua vida, diz.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, despediu-se da “fascinante aventura” do ensino como professor universitário de direito, que disse ser a “verdadeira vocação” da sua vida, a partir da qual fez tudo o mais.
O chefe de Estado, que completa 70 anos em dezembro, a atual idade de jubilação, deu a sua “última lição formal” como docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, na cerimónia de abertura do ano académico 2018/2019 da Universidade de Lisboa, na Aula Magna.
Professor desde 1972, na mesma faculdade onde se licenciou, entre 1966 e 1971, com média de 19, e depois concluiu mestrado e doutoramento, Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso que durou perto de meia hora, em que passou em revista a evolução do país e da universidade nestas cinco décadas. No final, foi aplaudido de pé durante cerca de dois minutos.
Assistiram a esta “lição de sapiência” os antigos Presidentes da República António Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, presidentes dos tribunais superiores, ministros e deputados de vários partidos.
“A universidade, a minha universidade foi sempre a minha praça-forte, a minha casa ‘mater’, o meu último refúgio. Tudo quanto fiz ou faço em tantos outros domínios fi-lo a partir dela e por causa dela”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando: “E depois de cada incursão, fora dela, à minha escola regressava sempre, sem exceção, jubiloso ou derrotado, pois era ela a verdadeira vocação da minha vida”.
"A universidade, a minha universidade foi sempre a minha praça-forte, a minha casa ‘mater’, o meu último refúgio. Tudo quanto fiz ou faço em tantos outros domínios fi-lo a partir dela e por causa dela.”
O Presidente da República declarou que estará “grato para sempre” à sua universidade: “Ao caminhar para o fim de uma fascinante aventura, como não agradecer a esta universidade a vida inesquecível que me proporcionou?”.
“Mais do que isso, como não agradecer as dezenas de mestres que me desvendou, as centenas, muitas, de colegas, docentes e não docentes, que revelou, as certamente mais de duas dezenas de milhar de alunos que me encheram os melhores momentos dessa incessante caminhada?”, completou.
Marcelo Rebelo de Sousa quis terminar a sua intervenção como Presidente da República, “calado o académico”, e nessa qualidade expressou “esperança no futuro” desta e de todas as universidades portuguesas, “esperança no futuro da educação como penhor de liberdade, de igualdade, solidariedade, esperança no futuro de Portugal”.
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