“Não me revejo em pacóvios”. Martins da Cruz deixa PSD
O antigo MNE diz não se rever na direção de Rui Rio nem "nas pessoas que cirandam à volta dele", tendo optado por sair do partido. A saída foi apresentada esta sexta-feira.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Durão Barroso, António Martins da Cruz, vai sair do PSD, e explicou na sua carta de demissão do partido que não se revê na atual liderança do PSD, especificamente em Rui Rio. Confrontado pelo Expresso, que teve acesso à carta, António Martins da Cruz disse: “Não me revejo em pacóvios suburbanos”.
Na sua carta de demissão, o militante, que foi assessor diplomático de Cavaco Silva, escreveu: “Não me revendo na orientação e prática política da atual liderança, e da maioria das figuras à sua volta, renuncio por este meio e a partir de hoje à condição de militante”.
Ao Expresso, assinalou que “todas” as práticas recentes do PSD levaram à sua decisão, enunciando que Rui Rio afetou o partido “nas práticas, no tom, no que diz às televisões, nas pessoas que cirandam à volta dele”. Não se revendo, optou por se demitir do PSD.
“Tenho pena do que estão” a fazer ao PSD”, declarou depois o diplomata ao Diário de Notícias. O embaixador, que apoiou Pedro Santana Lopes na campanha para as eleições diretas de janeiro deste ano no PSD, garante que não tomou uma decisão sobre se vai aderir ao Aliança, o partido que está a ser criado por Santana Lopes. “Não tomei nenhuma decisão e não tem nada a ver uma coisa com a outra”, disse.
António Martins da Cruz foi ministro dos Negócios Estrangeiros no Governo de Durão Barroso, tendo apresentado a sua demissão após suspeitas de que teria tentado facilitar a entrada da sua filha no Ensino Superior usando as suas ligações políticas. Em 2017, o diplomata foi observador internacional das eleições gerais de Angola, indicado pela Comissão Nacional Eleitoral do país. Martins da Cruz enquanto assumiu funções governativas era independente, tendo-se apenas filiado mais tarde no PSD, durante a presidência de Luís Filipe Menezes (setembro de 2007 a maio de 2008). Agora, volta a desvincular-se do partido.
(Notícia atualizada com mais declarações)
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