TAP recuperou mais de metade do capital retido em Luanda
São cerca de 60 milhões de euros que a transportadora aérea nacional conseguiu repatriar para Portugal. Falta de divisas "prendia" 120 milhões em Angola.
A TAP já conseguiu retirar de Angola cerca de metade dos 120 milhões de euros que estavam retidos, no final do ano passado, por falta de divisas. O Público (acesso condicionado) revela que o processo foi conduzido ao longo de vários meses não tendo sido possível aferir o valor exato que a transportadora nacional conseguiu repatriar para Portugal.
A TAP tinha 80,8 milhões de euros aplicados em dívida de curto prazo do Estado angolano, porque não conseguiu retirar o dinheiro do país. Esta era a solução de ter o dinheiro aplicado num produto financeiro indexado ao dólar e não ao Kwanza. Agora estes pouco mais de 60 milhões de euros representam um alívio de tesouraria para a transportadora, a braços com elevados investimentos, nomeadamente compra de aviões e novas contratações. Recorde-se que a TAP se comprometeu a pagar mensalmente dez milhões de euros à banca para abater a dívida de 600 milhões que tem.
Além do montante investido em dívida pública angolana, a TAP também tinha depositado em Angola o equivalente a 41,6 milhões de euros e, de acordo com o Público, a origem do dinheiro repatriado terá sido maioritariamente dos depósitos já que os títulos do Tesouro têm um calendário próprio, sendo necessário deixar as obrigações chegar à maturidade para não perder o juro que lhes está associado.
Esta expatriação de capitais foi feita antes da visita de António Costa a Angola — a 17 e 18 de setembro –, servindo como um símbolo de desbloqueio das relações entre os dois países. António Costa conseguiu que o Estado angolano reconhecesse parcialmente as dívidas às empresas portuguesas, nomeadamente às construtoras, que no entanto, sofreram perdas avultadas dada a desvalorização do Kwanza.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
TAP recuperou mais de metade do capital retido em Luanda
{{ noCommentsLabel }}