Supermercados participados pela Sonae em Maputo encerram
Decisão resulta da "degradação das condições económicas verificadas e da redução do poder de compra das famílias" moçambicanas, diz a Sonae.
A sociedade S2, participada em 30% pelo grupo português Sonae, encerrou os seus três supermercados da marca Central na capital moçambicana e pediu insolvência.
A decisão “resulta da degradação das condições económicas verificadas e da redução do poder de compra das famílias com impacto negativo sobre situação económico-financeira da sociedade”, disse à Lusa fonte da Sonae, com participação minoritário naquela sociedade.
“Contrariamente ao que seriam os desejos dos acionistas, não se prevê, apesar de todos os esforços envidados pela Sociedade junto dos financiadores e outros parceiros comerciais, que venham a ser atingidos os níveis necessários para que a presente decisão pudesse vir a ser revertida”, acrescentou o grupo português.
A Lusa constatou que os supermercados Central no Prédio Jat, baixa de Maputo, na Avenida de Angola e no Bairro do Zimpeto estão encerrados.
Guardas do Prédio Jat contaram à Lusa que o supermercado funcionou normalmente na segunda-feira e que os trabalhadores foram hoje surpreendidos com o encerramento da loja.
A Lusa visitou ainda o escritório indicado no edital como sede da sociedade, onde um advogado da empresa confirmou que a S2 acionou um processo judicial de insolvência, sem avançar mais detalhes.
A S2 é detida em 30% pela Sonae e em 70% pela Satya Capital, um grupo de investidores moçambicanos, e opera no mercado moçambicano desde 2016.
Num edital assinado pelo presidente da sociedade, Miguel Seixas, este diz que a situação obrigou a pedir a insolvência junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
“Várias foram também as negociações encetadas com potenciais interessados para a aquisição do negócio da sociedade, no entanto, nenhuma oferta foi efetivamente feita, sendo as razões para tal apresentadas ligadas essencialmente aos elevados custos operacionais fixos da mesma, face à atual situação económica do país”, lê-se.
A S2 adianta que o processo judicial desencadeado com o pedido de insolvência terminará com o pagamento, “que for possível”, das dívidas da sociedade, incluindo os créditos devidos aos trabalhadores.
A Lusa soube junto de fonte próxima de um dos trabalhadores que os salários estarão todos em dia, ficando por liquidar direitos associados ao fim do contrato.
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