Sonae justifica fecho de supermercados em Maputo com opção dos sócios maioritários
Retalhista portuguesa diz que o encerramento dos três supermercados em Maputo, Moçambique, se deveu a uma decisão "irreversível" do acionista maioritário.
O grupo português Sonae, minoritário na sociedade moçambicana S2, justificou o encerramento dos três supermercados Central, em Maputo, com a “impossibilidade de reverter a decisão” do acionista maioritário, garantindo que pretendia manter a aposta no mercado local.
“O processo de insolvência resulta da impossibilidade de reverter a decisão do acionista maioritário, de deixar de financiar o plano de negócios da empresa, não obstante termos sempre manifestado a nossa disponibilidade para continuar a financiar a nossa quota parte”, explicou à Lusa fonte oficial da Sonae.
A sociedade S2, participada em 30% pelo grupo português Sonae e em 70% pela Satya Capital – um grupo de investidores moçambicanos -, encerrou esta terça-feira os seus três supermercados da marca Central na capital moçambicana e pediu insolvência.
“Enquanto acionista minoritário, num cenário de ‘cash flows’ negativos, não nos é possível impedir o desfecho de insolvência da empresa”, acrescentou a fonte da Sonae. A S2 operava no mercado moçambicano desde 2016.
A Lusa constatou que os supermercados Central no Prédio Jat, baixa de Maputo, na Avenida de Angola e no Bairro do Zimpeto estavam esta terça-feira encerrados. Guardas do Prédio Jat contaram à Lusa que o supermercado funcionou normalmente na segunda-feira e que os trabalhadores foram surpreendidos com o encerramento da loja.
Um advogado da empresa confirmou que a S2 acionou um processo judicial de insolvência, sem avançar mais detalhes.
Num edital assinado pelo presidente da sociedade, Miguel Seixas, este diz que a situação obrigou a pedir a insolvência junto do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
“Várias foram também as negociações encetadas com potenciais interessados para a aquisição do negócio da sociedade, no entanto, nenhuma oferta foi efetivamente feita, sendo as razões para tal apresentadas ligadas essencialmente aos elevados custos operacionais fixos da mesma, face à atual situação económica do país”, lê-se.
A S2 adianta que o processo judicial desencadeado com o pedido de insolvência terminará com o pagamento, “que for possível”, das dívidas da sociedade, incluindo os créditos devidos aos trabalhadores.
A Lusa soube junto de fonte próxima de um dos trabalhadores que os salários estarão todos em dia, ficando por liquidar direitos associados ao fim do contrato.
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