Costa defende investimento público para ajudar crescimento das empresas
Para o primeiro-ministro, o investimento público é importante para o desenvolvimento das atividades empresariais. Já o Banco de Portugal, prevê que o investimento cresça menos de metade este ano.
O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quinta-feira em Arouca, que é fundamental que o Estado seja “parceiro das empresas”, criando condições para que estas continuem a investir e a ganhar competitividade, defendendo uma aposta no investimento público.
“Houve uma altura em que se achou que para poder apoiar as empresas, para termos umas finanças públicas sólidas, era preciso parar o investimento público. Ora, o investimento público é importante também para o desenvolvimento das atividades empresariais”, realçou.
António Costa falava durante a cerimónia de lançamento do concurso da empreitada de construção da nova ligação rodoviária do parque de negócios de Escariz ao IC2/A32, em Arouca, num investimento de 26,4 milhões de euros, suportados apenas pelo Orçamento do Estado.
Além do “grande” investimento na ferrovia ou nos portos, Costa destacou o investimento que está a ser feito pelo Governo na ligação das áreas empresariais às grandes vias rodoviárias, mesmo sem poder contar com os apoios comunitários.
Apesar de o país ter uma boa rede rodoviária, o primeiro-ministro diz que “existem em várias zonas do país pequenas distâncias que se tornam enormes distâncias” e que fazem “uma enorme diferença na ligação de áreas empresariais às grandes vias rodoviárias”.
“Ao perceber que no Portugal 2020 tinham sido excluídos os investimentos rodoviários do financiamento em fundos comunitários, compreendemos que tínhamos de encontrar no Orçamento do Estado uma reserva que permitisse fazer com dinheiro dos contribuintes portugueses aquilo que não poderíamos fazer com apoios comunitários”, disse o chefe do Governo.
Nesse sentido, o Governo decidiu lançar o programa de melhoria das acessibilidades a 12 áreas empresariais no Norte, Centro e Alentejo, que inclui 15 projetos, num investimento global de 102 milhões de euros, contemplando 67 quilómetros de intervenções.
Na mesma sessão, o presidente da Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, fez um ponto de situação deste programa, referindo que dos 15 projetos, cinco estão concluídos e cinco estão em execução. “Dos restantes cinco, há quatro que estão a concurso, dois deles são hoje lançados (Arouca e Paredes de Coura) e falta lançar apenas um”, adiantou.
A empreitada de construção da nova ligação rodoviária do parque de negócios de Escariz ao IC2/A2, cujo concurso foi lançado esta quinta-feira, tem um prazo de execução de 540 dias e prevê a construção de uma nova variante, entre o nó de Pigeiros da A32 e a rotunda de Escariz, numa extensão de 7,1 quilómetros.
A presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém, congratulou-se com o lançamento deste concurso lembrando que se trata de “uma ambição antiga e legitima”.
“Este tem sido um processo longo, árduo e difícil, pelo que é mais do que justa a celebração desta conquista”, disse a autarca, manifestando o desejo de que, daqui por três anos, António Costa regresse a Arouca para lançar a empreitada de construção da ligação do final da variante Ribeira/Mansores a Escariz e, assim, concluir a via estruturante de ligação de Arouca ao litoral.
BdP prevê desaceleração do investimento
De acordo com o Boletim Económico de outubro, publicado esta quinta-feira, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deverá crescer este ano 3,9%, depois de, em 2017, ter registado um acréscimo de 9,2%. Isto significa que, no conjunto, o investimento público e privado vai crescer apenas 42% do aumento observado no ano anterior. Em junho, quando a instituição apresentou as últimas previsões, o Banco via o investimento a crescer menos do que em 2017, mas a um ritmo igual a 63% do verificado no ano anterior.
No boletim, o Banco de Portugal considera que “o investimento [público], mais uma vez, está a crescer abaixo do previsto”. No Programa de Estabilidade, o Governo apontava para um aumento de 28,7%, mas, no primeiro semestre, o crescimento do investimento público foi de apenas 6,3%. Ainda assim, regista-se um aumento face ao ano anterior.
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