Siza Vieira descarta incompatibilidades. Vai pedir escusa em matérias sobre associação dirigida pela mulher
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, diz que não irá intervir em matérias relacionadas com a Associação da Hotelaria de Portugal, dirigida pela sua mulher.
O ministro Adjunto e da Economia diz que não irá intervir em matérias relacionadas com a associação de hotelaria dirigida pela mulher. Pedro Siza Vieira já tinha anteriormente pedido escusa de intervir em “matérias relacionadas com o setor elétrico [por causa da EDP], que acompanhava juntamente com outros membros do Governo”.
“Se porventura alguma vez uma questão tivesse que se colocar dentro da ação governativa que agora me cumpre acompanhar, que dissesse respeito à associação (Associação da Hotelaria de Portugal) em que a minha mulher trabalha, declarar-me-ia impedido de atuar“, diz Pedro Siza Vieira, em declarações aos jornalistas, transmitidas pelas televisões.
“Não há qualquer espécie de incompatibilidade escrutinada na lei ou na prática entre uma pessoa exercer uma determinada função governativa e ter na sua família alguém que exerce atividade nesse mesmo setor”, reitera o ministro que agora acumulou a pasta da Economia que tem a tutela do Turismo. “Não é proibido o ministro da Saúde ser casado com uma médica”, exemplifica.
Cristina Siza Vieira é presidente executiva da AHP desde 2010, depois de ter sido adjunta da presidência do Conselho de Administração da Amorim Turismo e diretora-geral do Turismo. O ministro defende o trabalho desenvolvido pela mulher, garantindo que “não precisou nunca de nenhum tipo de favor ou de apoio para ter a carreira que tem”.
É “curioso, ao fim de 30 anos, descobriram que sou incompatível com a minha mulher”, ironizou Pedro Siza Vieira, após repetidas questões relativamente à incompatibilidade resultante da acumulação da pasta da Economia.
Não é a primeira vez que a questão da incompatibilidade de Siza Vieira é levantada. Logo que assumiu a função de ministro, Siza viu-se envolvido em polémica devido ao seu papel enquanto advogado na OPA da China Three Gorges sobre a EDP.
Além desse caso, está ainda pendente o parecer do Tribunal Constitucional sobre outra eventual incompatibilidade, relacionada com a empresa imobiliária que Siza Vieira abriu um dia antes de ir para o Governo. O ministro Adjunto e da Economia começou por ser gerente da empresa, mas acabou por renunciar ao cargo. No entanto, mantém a quota e não vê qualquer impedimento de ter esta empresa estando no Governo.
(Notícia atualizada às 13h25)
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