Marco António Costa alerta Rui Rio: “Tem de fazer pela vida”
O dirigente do PSD, Marco António Costa, considera que Rui Rio merece "uma oportunidade" de disputar as legislativas, mas alerta que o presidente "tem de fazer pela vida".
Marco António Costa, dirigente do PSD, considerou que o presidente do partido “tem de fazer pela vida”, embora também mereça “uma oportunidade”. De qualquer forma, por agora, “há um dever de criar as condições para haver uma unidade estratégica” com vista a disputar as europeias e as legislativas. E só depois, dependendo dos resultados, é que deverão ser tiradas as devidas ilações, defendeu.
Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, o dirigente do PSD abordou não só estas questões internas do partido como também a polémica em torno do material militar roubado em Tancos e das circunstâncias em torno do seu reaparecimento. Questionado sobre a prestação do PSD nesta matéria, Marco António Costa fez uma autocrítica: “Não foi feliz, numa fase, a forma como nós fizemos oposição”. Mas garantiu que “se estão a corrigir as coisas”.
Acho que o Dr. Rui Rio e a liderança do PSD têm de receber de todos nós uma oportunidade, mas ele também tem de fazer pela vida.
Atuação do Governo no dossiê de Tancos tem sido “desastrosa”
Já a atuação do Governo neste plano tem sido “desastrosa”, na visão do social-democrata, que também é presidente da Comissão de Defesa Nacional — e não só na parte política como também na parte institucional. “Hoje o Governo está a tentar fazer uma coisa muito hábil, que é afastar todas as pessoas que tiveram contacto com Tancos. Chama-se a isto isolar o problema, fazer um cordão sanitário em volta de Tancos sob o ponto de vista político. Sai ministro, secretário de Estado, chefe do Estado Maior do Exército, escolhe-se para CEME [chefe do Estado-Maior do Exército] uma pessoa que estava na GNR”, apontou.
Numa altura em que o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, está debaixo de fogo, existindo dúvidas sobre se sabia ou não do encobrimento de uma alegada operação clandestina da Polícia Judiciária Militar para recuperar o armamento furtado, Marco António Costa preferiu não tirar conclusões. “Pela posição que ocupo não devo fazer juízos de intenção. A ideia que existe é que os temas graves que um chefe de gabinete sabe, dificilmente esconde ao seu titular da pasta. Mas pode acontecer e eu não posso afirmar que o senhor ministro sabia.”
Quanto à comissão de inquérito para apurar as circunstâncias do roubo de material militar em Tancos, Marco António Costa disse que a mesma “não pode ter uma missão de olhar para Tancos”. “Deve partir de Tancos e olhar para as falhas que o sistema revelou sob o ponto de vista de reação e institucional, e propor alterações”, recomendou o dirigente do PSD.
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