Mais de metade dos trabalhadores portugueses não recebe pelas horas extra

  • Lusa
  • 25 Outubro 2018

Segundo o inquérito sobre a satisfação com o emprego levado a cabo pela DECO, 42% dos trabalhadores trabalham mais de 40 horas semanais.

Mais de metade dos trabalhadores portugueses, 64%, não recebe pelas horas extra que faz e quase um terço está em risco de esgotamento (“burnout”), revelou um estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) divulgado esta quinta-feira.

“O trabalho suplementar tem de ser pago com acréscimo face ao realizado em horário normal: mais 25% na primeira hora e mais 37,5% nas seguintes em dias úteis. Em dias de descanso e feriados, cada hora vale mais 50%”, explicou a Deco na publicação Dinheiro & Direitos.

Segundo o inquérito sobre a satisfação com o emprego levado a cabo pela DECO, 42% dos trabalhadores trabalham mais de 40 horas semanais. “A lei permite o trabalho suplementar, se houver acréscimo provisório de serviços que não justifique a contratação de um novo trabalhador”, apontou.

Por sua vez, 31% dos inquiridos que faltaram ao trabalho devido a stress indicam que as faltas tiveram um impacto negativo na sua situação profissional. “Segundo a lei, o trabalhador não pode ser discriminado, nem alvo de um processo disciplinar, por faltas justificadas. Contudo, é possível que um empregado que se esforçou durante um ano seja premiado face a outro que esteve fora, desde que tal se justifique e não seja um mero aproveitamento da ausência do colega”, indicou a Deco.

22% dos inquiridos trabalham por turnos, enquanto 11% dizem-se alvo de gozo ou chacota que, segundo a Deco, dependendo do conteúdo, “podem ser considerados uma forma de assédio”. A associação revelou ainda que 7% dos inquiridos dizem ser vítimas de discriminação (pela raça, género ou religião).

“A lei proíbe todo o tipo de descriminação, seja direta ou indireta. A primeira contempla os casos em que alguém recebe um tratamento menos favorável do que outra pessoa numa situação comparável, devido, por exemplo, à religião que professa, ao género, à raça ou à orientação sexual”, referiu a associação. Por sua vez, a discriminação indireta “refere-se a disposições ou práticas aparentemente neutras, mas que visam pôr um trabalhador em desvantagem face a outros”.

Para a realização deste inquérito, a DECO questionou 1.146 trabalhadores entre janeiro e fevereiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Mais de metade dos trabalhadores portugueses não recebe pelas horas extra

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião