Caixa lucra 369 milhões até setembro. Atividade em Portugal brilha
A Caixa Geral de Depósitos registou lucros de 369 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, após prejuízos de 47 milhões no mesmo período do ano anterior.
A Caixa Geral de Depósitos registou um lucro de 369 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, após prejuízos de 47 milhões no mesmo período do ano anterior. Um resultado explicado pelo desempenho expressivo da atividade doméstica, que passou de 226 milhões de prejuízo para quase 250 de saldo positivo.
O banco liderado por Paulo Macedo aponta a recuperação dos resultados, especialmente da atividade em Portugal, com a evolução da margem financeira. “A margem financeira na CGD Portugal registou um crescimento de 4,0% alcançando 546,4 milhões de euros”, diz, salientando que em termos consolidados esta encolheu em 2,4% devido a “efeitos cambiais adversos em Angola e Macau”.
A puxar pelas contas estiveram também as comissões que totalizaram 362,0 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, “um crescimento de 29,2 milhões de euros (+8,8%), face ao valor apurado no final do período homólogo de 2017, beneficiando do aumento de 32,3 milhões de euros registados em Portugal”, diz a CGD.
Isto ao mesmo tempo que os “custos de estrutura consolidados atingiram 738,9 milhões de euros, reduzindo-se em 326,0 milhões de euros (-30,6%), face ao período homólogo de 2017, ano em que os mesmos foram fortemente impactados pelos custos não recorrentes referentes ao provisionamento do programa de pré-reformas e do programa de revogação por mútuo acordo, bem como por custos de reestruturação de sucursais internacionais”.
Balanço continua a encolher
“O produto bancário gerado pela CGD nos primeiros nove meses de 2018 (1.330,1 milhões de euros, -195,7 milhões de euros face ao período homólogo de 2017) foi fortemente impactado pela já esperada redução dos resultados de operações financeiras, dada a elevada expressão que registaram em 2017″, refere o banco.
Já o ativo líquido “atingiu 90.960 milhões de euros no final do terceiro trimestre de 2018, o que representou uma redução de 3.846 milhões de euros (-4,1%) face ao período homólogo de 2017, com o crédito a clientes a reduzir-se em 3.123 milhões de euros em relação a setembro de 2017, fortemente influenciado pela política de redução de NPL [malparado]”. O montante de malparado reduziu-se em 1,3 mil milhões face ao final do ano passado.
A CGD destaca, no entanto, que o crédito “concedido a empresas em Portugal, excluindo os setores de construção e imobiliário, continuou a crescer nos primeiros nove meses de 2018”, enquanto a “nova produção de crédito habitação na CGD Portugal totalizou 1.109 milhões de euros, mais 230 milhões de euros (+26%) que em setembro de 2017”.
Menos depósitos (mais produtos fora do balanço)
O banco liderado por Paulo Macedo assistiu a uma quebra nos montantes depositados pelos clientes. “Os recursos de clientes diminuíram 1.500 milhões de euros (-2,3%)”, diz a CGD que nota, contudo, que esta evolução foi mais dos “que compensada pelo comportamento positivo da captação fora de balanço (+ 2.169 milhões de euros)”. Entre os produtos em que os clientes da CGD investiram estão a OTRV, obrigações do Tesouro destinadas ao retalho.
Perante esta evolução dos depósitos, e tendo em conta a quebra no crédito, a “relação de crédito face a depósitos (rácio de transformação) atingiu 83,6% em setembro de 2018 (86,5% em setembro de 2017), refletindo a forte preferência mostrada pelos clientes de depósitos CGD, mesmo num ambiente de reduzidas taxas de juro”, diz a CGD.
Rácios a aumentar. Rating também
O desempenho da CGD nos primeiros nove meses do ano, mas também a emissão 500 milhões de euros em valores mobiliários representativos de fundos próprios adicionais de nível 1 (additional tier 1) no final de março de 2017, permitiram ao banco apresentar rácios de capital mais sólidos.
“Os rácios CET 1 phased-in e fully implemented fixaram-se ambos em 14,6%. Os rácios phased-in Tier 1 e Total situaram-se em 15,6% e 17,0%, evidenciando a robusta posição de capital da CGD, mesmo com a implementação no primeiro trimestre de 2018 sem phasing-in da norma IFRS 9″, diz a CGD.
O o progresso da implementação do plano estratégico 2017-2020, nomeadamente em termos de rentabilidade, melhoria da qualidade dos ativos e reforço dos rácios de capital”, levaram a Moody’s a subir “os ratings de depósitos e de dívida sénior de longo prazo da CGD em dois níveis, de Ba3 para Ba1” já em outubro, depois da revisão em alta da notação para Portugal.
(Notícia atualizada às 17h41 com mais informação)
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