Hard Brexit levaria Reino Unido a recessão prolongada, avisa S&P
Se o Reino Unido não chegar a acordo com o Reino Unido sobre o seu divórcio, há nuvens carregadas no horizonte. A inflação dispararia cerca de 5% e o desemprego duplicaria, avisa S&P.
Se Theresa May não conseguir chegar a acordo com Bruxelas sobre o divórcio mais mediático dos últimos anos, há uma recessão duradoura no horizonte britânico. Quem deixa o aviso são os analistas da agência de rating Standard & Poor’s, citados pelo The Guardian, que estimam que, no caso de um hard Brexit, o desemprego no Reino Unido deverá duplicar, a inflação disparar cerca de 5% e os preços dos imóveis recuar significativamente.
De acordo com os especialistas, se o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo, a taxa de desemprego deverá subir para 7,4%, até 2020, tocando nos níveis registados durante a crise financeira. Já os preços das casas deverão recuar 10%, até ao final da década, enquanto a inflação deverá disparar 4,7%, ainda em 2019. Quanto aos rendimentos das famílias, os analistas estimam que, no cenário em causa, estarão disponíveis menos 2.700 libras (cerca de três mil euros) para estes cidadãos.
No aviso referido, a agência nota ainda que um hard Brexit poderá significar uma revisão em baixa do rating do Reino Unido.
Por outro lado, apesar de continuar a esperar que se chegue a um acordo antes de março, a S&P salienta que o decurso atribulado das negociações e o consequente reforço da probabilidade de que tal não aconteça tornou imperativo este aviso para que os investidores internacionais se preparem para os potenciais desafios.
As negociações com entre o Reino Unido e Bruxelas estão já na sua fase final. Theresa May tem enfatizado que 95% do acordo está concluído, mas certo é que matérias tão relevantes como as fronteiras entre as Irlandas continuam em aberto. É esse impasse que tem gerado dúvida sobre a possibilidade de se chegar a um efetivo aperto de mão.
“O nosso melhor cenário é que o Reino Unido e a União Europeia cheguem a um acordo do Brexit”, defende Paul Watters, analista da S&P. “Acreditamos, contudo, que o risco de no deal aumentou suficientemente para por em consideração o rating do Reino Unido”, alerta Watters.
Além disso, a agência de notação financeira sublinha que um hard Brexit levaria o Reino Unido a uma recessão moderada que duraria entre um ano e 15 meses.
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