Carregar um carro elétrico agora paga-se. Mas quanto custa?
Depois de um projeto-piloto que já dura desde 2010, carregar os carros elétricos nos carregadores rápidos começou a ser pago. Saiba tudo o que vai pagar na hora de "atestar".
Há cada vez mais automóveis elétricos nas estradas. Depois de um arranque lento, as vendas destes veículos têm vindo a acelerar, perspetivando-se que a tendência seja de um aumento exponencial desta forma de mobilidade. Com a crescente adesão, chegou ao fim o projeto-piloto. E acabou-se a “borla” nos carregamentos nos postos rápidos. Agora são a pagar, mas não é assim tão simples perceber quanto custa “atestar” a bateria.
Antes de poder agarrar no carregador, é preciso dar alguns passos prévios. O primeiro é ter um cartão de um Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME), isto porque os cartões da Mobi.e, a empresa responsável pela gestão da rede pública de carregamentos, deixaram de funcionar assim que os carregamentos deixaram de ser gratuitos nos postos rápidos — continuam a sê-lo nos postos normais, mas que demoram, em regra, oito horas a fazer uma carga completa.
Quantos CEME há? Quatro, para já. EDP Comercial e GALP Power, mas também a PRIO.E e a eVAZ são as primeiras a disponibilizarem os cartões que permitem pôr o carregador a carregar o automóvel. Estes cartões estarão, nalguns casos, associados ao contrato de fornecimento de energia que os clientes têm em casa (sendo gratuito em todos menos na eVAZ, que cobra 10 euros), sendo que cada um dos comercializadores cobra o seu valor por cada Kwh que consuma nos postos rápidos, mas também pode, em alternativa, ser cobrado um valor em função do tempo de carregamento.
Esta é a primeira parte do custo de carregamento de um carro elétrico nestes postos rápidos, mas há mais. Existe o pagamento das taxas de acesso à rede que vão variar consoante o contrato estabelecido com o CEME — e que estará indicada nesse mesmo contrato. Há taxas para contratos bi e tri-horário, variando se se carrega a bateria em vazio ou fora de vazio, na bi-horária, e em ponta, cheia ou vazio, no caso da tri-horária. E há ainda o Imposto Especial sobre Consumo que é de 0,001 euros, além do euro para a Mobi.e, que por enquanto é de zero.
Tendo estes custos em mente, chega a hora de pagar ao Operador do Posto de Carregamento (OPC). Aqui, em vez de apenas quatro como acontece nos CEME, há mais. EDP, Galp e Prio estão dos dois lados, mas juntam-se a Cepsa, a Mobileletric e a KLC. E todos têm diferentes custos. Pode haver lugar a uma taxa de ativação, mas tal como acontece nos encargos cobrados pelos CEME, também nos OPC poderá ter de pagar por cada Kwh ou então pelo tempo de carregamento.
Existem, portanto, três custos que, juntos, vão dar, finalmente, o valor final a pagar pelo carregamento num posto rápido. São muitas variáveis, nem todas simples de entender, que tornam difícil apontar para um preço definitivo pela carga rápida de um automóvel elétrico. Contudo, a Associação Utilizadores de Veículos Eléctricos (UVE) realizou algumas simulações que permitem concluir que um carregamento de 30 minutos de 15kWh com a tarifa bi-horária (fora de vazio) poderá rondar os seis euros.
Tendo em conta que a carga obtida neste período de meia hora é suficiente para conduzir durante 100 quilómetros, ao preço médio pode concluir-se que é claramente mais barato do que atestar um carro a gasolina ou a gasóleo para a mesma autonomia — a UVE estima valores de 12,00 a 9,00 euros, consoante o carro seja a gasolina ou a diesel. Contudo, estes seis euros são um preço médio que “esconde” valores que podem variar entre 3,20 euros e 9,88 euros, consoante o CEME e o OPC.
Carregar um carro elétrico num posto rápido chega quase a 10 euros
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