BCP compra banco do Société Générale na Polónia. Vai pagar 428 milhões de euros
O Crédit Agricole recuou, ficou o Alior, mas o banco liderado por Miguel Maya acabou por bater a concorrência na compra do banco polaco. Vai pagar 428 milhões de euros.
O BCP comprou o banco do Société Générale na Polónia. Em comunicado enviado à CMVM, a instituição liderada por Miguel Maya revela que através do Bank Millennium ficou com a instituição polaca do banco francês num negócio feito integralmente em dinheiro. O valor da operação ascendeu a 428 milhões de euros.
O Bank Millennium chegou “a acordo para a aquisição à Societe Generale Financial Services Holding, uma subsidiária do Société Générale de uma participação de 99,79% no Euro Bank por um valor total estimado em 1.833 milhões de zlotys“. De acordo com a taxa de conversão do banco, é o equivalente a 428 milhões de euros.
O valor da compra tem “implícito um múltiplo P/BV [preço sobre o valor contabilístico] de 1,20 vezes (preço final de aquisição sujeito aos ajustes habituais ao valor líquido dos ativos na data da transação), a ser pago em cash e totalmente financiado por meios próprios do Bank Millennium”, acrescenta o banco liderado por Miguel Maya.
Um dos “seis maiores bancos na Polónia”
O BCP teve de enfrentar alguma concorrência para comprar o Euro Bank, mas acabou por levar a melhor. Esta “a aquisição do Euro Bank permite reforçar a posição do Bank Millennium na banca polaca. Levará, adicionalmente, a um aumento da sua base de clientes, e torná-lo-á um dos seis maiores bancos na Polónia em número de clientes de retalho, reforçando a presença geográfica do Bank Millennium em cidades polacas de menor dimensão”, diz o BCP.
"Esta aquisição contribuirá para reforçar a rendibilidade e a qualidade dos ativos do BCP.”
“Esta transação representa também uma aplicação lucrativa dos excessos de capital e de liquidez do Bank Millennium, estimando-se que incremente os resultados do Bank Millennium em 26% já a partir de 2021”, diz o banco, acrescentando que o rácio CET1 do Bank Millennium deverá encolher “para 15,9% após a concretização da transação (17,2% nos primeiros nove meses de 2018), excedendo confortavelmente os requisitos regulamentares”.
E também vai puxar pelas contas do próprio BCP. “A transação deverá ser concluída no segundo trimestre de 2019, sujeita a autorizações
regulamentares, e deverá traduzir-se num acréscimo dos resultados consolidados do Millennium bcp a partir de 2020, já considerando custos de integração”, diz o banco, notando que até lá haverá um reflexo negativo nos rácios de capital: “-40 pontos base no rácio CET1 e de -30 pontos base no rácio de capital total fully implemented, ambos em base consolidada”.
Uma compra. Não se perspetivam outras
Miguel Maya, presidente executivo do BCP, diz que desde o verão que o banco assumiu perante o mercado “que iria iniciar um ciclo de crescimento assente no reforço das suas competências distintivas, nomeadamente o dispor de um modelo de banca de relação em que é dada primazia ao cliente”, mas também “permanecer como uma referência em termos de eficiência de modelo de negócio e beneficiar de um portfólio de negócios internacional diversificado e com elevado potencial”.
“Esta aquisição é efetuada num mercado com elevado potencial de crescimento, tendo sido analisada com o máximo detalhe dada a relevância que a gestão rigorosa do capital e dos riscos de negócio assumem para a Comissão Executiva do BCP“, nota, acrescentando que “o banco não perspetiva qualquer aquisição adicional”. O “crescimento previsto no plano estratégico está exclusivamente suportado no desenvolvimento orgânico”, nota, salientando que “esta aquisição contribuirá para reforçar a rendibilidade e a qualidade dos ativos do BCP”.
(Notícia atualizada às 7h11 com mais informação)
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