“Quem de vós nunca partilhou uma password?”, questiona a deputada do PSD Emília Cerqueira

A deputada Emília Cerqueira assume que teve acesso à password de José Silvano. Diz que o secretário-geral do PSD nunca lhe pediu para fazer o registo por ele.

Emília Cerqueira, na conferência de imprensa.D.R.

A deputada Emília Cerqueira assume que tem password de José Silvano, assim como de outros deputados do PSD e admite que confirmou a presença do deputado “inadvertidamente”. Numa conferência imprensa para esclarecer o caso, as únicas declarações que promete fazer, corrobora que o secretário-geral do PSD nunca lhe pediu para fazer o registo por ele.

A deputada confirmou que acedeu ao computador de José Silvano, não com o objetivo de marcar a presença, mas sim porque precisava de consultar ficheiros. “Não há uma password para as presenças. Há uma password para o acesso aos computadores”, afirmou a deputada social-democrata, em declarações transmitidas pela RTP3. Em causa estão os trabalhos conjuntos que Emília Cerqueira desenvolve em conjunto com José Silvano, de quem reconhece ser amiga e colega.

Não tendo [José Silvano] entrado do computador antes de mim, isso funcionou como um registo de presença. Já acedi do meu gabinete, do meu portátil” ao ambiente de trabalho do secretário-geral do PSD, “nesse dia ou noutros”, frisou. Numa referência à tarde de 18 de outubro, dia em que o dirigente do PSD esteve no distrito de Vila Real ao lado de Rui Rio, cumprindo um programa de reuniões que teve início às 15h30 — a mesma hora do plenário. “Não o fiz propositadamente”, disse Emília Cerqueira sobre a confirmação da presença de Silvano. “Fi-lo inadvertidamente e lamento que se tenha criado um circo mediático”, sublinhou.

Questionada porque não esclareceu mais cedo esta polémica, Emília Cerqueira reconheceu que só telefonou a José Silvano na noite de quinta-feira, porque esteve até às 21h30 na audição do ministro da Administração Interna e “só teve oportunidade de ver o ciclo noticioso e as declarações do deputado José Silvano” depois. Declarações em que Silvano disse que era ele que ia solicitar ao Ministério Público que investigasse o caso: “Sou eu que reclamo que a PGR abra uma averiguação”, disse quando confrontado com o facto de o Ministério Público estar a analisar o caso.

Além disso, a parlamentar disse que não esteve em Portugal durante o fim de semana e por isso não se apercebeu do avolumar da questão. “Não disse ao senhor deputado. Faço mea culpa se isso é motivo para tal. Só me apercebi da dimensão do problema com a declaração à imprensa de José Silvano, porque não posso compactuar com o linchamento de uma pessoa por algo que não fez”, disse.

Emília Cerqueira recusa retirar consequências políticas deste caso. “Isto é uma falsa questão, de falsos moralismos”, acrescentou frisando que “se está a condenar uma pessoa por fazer o seu trabalho”. “O facto de partilhar uma password não tem nada de mal”, concluiu.

Referindo-se ao problema como “uma questiúncula” — expressão já utilizada por Rui Rio para se referir à polémica na segunda-feira — Emília Cerqueira disse que, “por imperativo de consciência”, não podia deixar “que este lamaçal se continue a desenvolver”. A parlamentar considera a questão como um ataque à direção de Rui Rio e lamenta que um colega do PSD tenha feito um print screen de um ecrã do computador e o tenha feito já com a intenção de registar a presença de alguém.

(Notícia atualização)

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