Arrancou venda de dívida do Sporting. SAD alerta para riscos do caso Alcochete
No dia em que arranca a emissão de dívida do Sporting, a agenda é marcada pela detenção de Bruno Carvalho. Ainda "não é possível antecipar os impactos económicos" do processo de Alcochete, diz a SAD.
A emissão de dívida lançada pelo Sporting arranca esta segunda-feira, ao mesmo tempo que se conhecem novos desenvolvimentos sobre o caso de violência na Academia de Alcochete, com Bruno de Carvalho detido, suspeito de ser autor moral dos crimes. Era este, precisamente, um dos riscos da emissão que foi apontado pela Sporting SAD no prospeto da operação: a incerteza relativamente ao desfecho do caso de Alcochete ainda pode custar ao clube vários milhões em indemnizações. Mais precisamente, o Sporting poderá ser chamado a pagar 6,8 milhões de euros.
O caso de Alcochete levou, em junho, à rescisão unilateral dos contratos por parte de nove jogadores do plantel principal do Sporting: Rui Patrício, Daniel Podence, Gelson Martins, Bruno Fernandes, William Carvalho, Bas Dost, Rodrigo Battaglia, Ruben Ribeiro e Rafael Leão. Bruno Fernandes, Bas Dost e Rodrigo Battaglia acabaram por recuar na intenção de se desvincularem do Sporting e foram reintegrados no plantel. O clube acabou também por chegar a acordo com William Carvalho e Rui Patrício, contratados, respetivamente, pelo Bétis e pelo Wolverhampton.
Sobram Daniel Podence, Gelson Martins, Rafael Leão e Ruben Ribeiro, com quem o Sporting ainda não conseguiu chegar a acordo. A estes quatro jogadores, a SAD pede indemnizações num montante total que ultrapassa os 273 milhões de euros, pelos prejuízos causados com o que considera ser uma “cessação ilícita” dos contratos. Pede 60,4 milhões de euros a Podence, 105,1 milhões a Gelson Martins, 45,2 milhões a Rafael Leão e 62,1 milhões a Ruben Ribeiro.
Mas, se vier a ser provado o envolvimento de Bruno de Carvalho no caso de violência em Alcochete, torna-se mais provável que o clube seja chamado a pagar indemnizações aos jogadores. Gelson Martins pede uma indemnização de 3,45 milhões de euros, Daniel Podence pede cerca de 830 mil euros e Rafael Leão outros 390 mil euros. Feitas as contas e somados os potenciais juros, o Sporting calcula que a fatura total possa ascender a 6,8 milhões de euros.
E há ainda outros impactos que não estão sequer calculados. “À data deste prospeto não é possível antecipar os impactos desportivos ou económicos que este processo possa provocar no emitente“, pode ler-se no prospeto da emissão de dívida. Quando este documento foi publicado, o estado do processo de Alcochete era outro. “Nem o Sporting Clube de Portugal, nem a Sporting SAD, nem qualquer membro dos respetivos órgãos sociais foram constituídos arguidos”, indicava o prospeto, publicado na sexta-feira, dois dias antes de Bruno de Carvalho ter sido detido.
O Ministério Público suspeita que o ex-líder do Sporting esteve envolvido na invasão à academia. Tal como o líder da claque Juventude Leonina, Bruno de Carvalho é suspeito de ter cometido o crime de terrorismo e pela autoria moral de crimes como ofensas à integridade física e sequestro. O Jornal de Notícias (acesso pago) dá conta de que, na base das suspeitas do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, estão registos de mensagens de WhatsApp enviadas por Bruno de Carvalho, onde ordenava a Juve Leo a “ir para cima dos jogadores”.
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