Centeno: “Sustentabilidade do crescimento não é uma corrida de cem metros é uma corrida de longo curso”
Ministro das Finanças, Mário Centeno, foi um dos membros do executivo de António Costa que esteve em Braga, numa sessão de perguntas e respostas, no âmbito dos 3 anos de Governo que se completam hoje.
Para assinalar três anos de Governo, o primeiro-ministro António Costa reuniu o Executivo, em Braga, numa sessão de perguntas e respostas sobre o mandato até ao momento. A iniciativa decorre nesta segunda-feira na Reitoria da Universidade do Minho. A plateia conta, entre outros, com a presença de vários professores da Universidade do Minho que colocam António Costa e o seu Governo em “exame”.
António Costa já falou sobre a banca, mais precisamente sobre a Caixa Geral de Depósitos. O primeiro-ministro sugeriu que a Caixa “deve, cada vez mais, ter um papel de financiamento da atividade produtiva”. Uma visão que o primeiro-ministro alarga aos restantes bancos, falando na necessidade de “reorientação da banca para o financiamento das atividades realmente produtivas”.
O saldo migratório em Portugal, também foi levado ao centro da discussão, com Vieira da Silva a reconhecer que este é um problema, mas que não é exclusivo a Portugal. “A relação demográfica que aconteceu nos últimos anos, coloca desafios à Segurança Social e à sociedade toda. E não é apenas em Portugal. É uma realidade que ultrapassa as fronteiras portuguesas”, contextualizou o ministro do Emprego e da Segurança Social.
Neste âmbito, Vieira da Silva fala na importância de “apostar na criação de emprego e de emprego de qualidade”. Essa é a mais importante resposta para a sustentabilidade da Segurança Social“, assumiu o ministro responsável pela pasta.
Mário Centeno também foi chamado a falar, em específico sobre a evolução da produtividade da economia. Começou por dizer que “a produtividade em Portugal está a crescer. Portugal está a ser muito mais produtivo”. Falando nos progressos alcançados, começou por salientar que a medida da produtividade do país que deve ser tida em conta é a dos indicadores empresariais. Citando os valores divulgados há três semanas pelo INE, Centeno sublinhou que a produtividade do país cresceu em 2016 e 2017.
Entusiasmo com o desempenho da economia nacional, o ministro das Finanças frisou que “a sustentabilidade do crescimento não é uma corrida de cem metros é uma corrida de longo curso, precisa de um sistema financeiro estável e de contas públicas em ordem, e da dívida pública a crescer“.
Um lapso imediatamente corrigido pelo primeiro-ministro. “É que era tudo a crescer… por vezes o ministro das Finanças empolga-se com os crescimentos da economia”, justificou Centeno. Mas os lapsos não ficaram por aqui.
Nem um minuto depois chama atenção para “um fator importantíssimo”, o facto de a dívida pública ser muito alta constrange o crescimento da economia portuguesa, mas os “estudos académicos revelam que o importante é ter o rácio da dívida face ao PIB a cair”. E esse é um feito que Portugal conseguiu. “Felizmente, no fim desta legislatura, vamos ter mais dez pontos percentuais de dívida pública face ao início da legislatura”. Logo António Costa vem de novo em auxílio de Centeno: “Dez pontos percentuais a menos”. “Hoje estou de todo!”. “Estou com as direções trocadas“, acrescentou Centeno visivelmente ruborizado.
Em jeito de conclusão, e já sem a assertividade do início, Centeno disse que “todos os portugueses estão convocados para este crescimento sustentado e com a dívida a descer”.
O tema dos refugiados também foi chamado a “exame”. Relativamente a esse assunto António Costa começa por dizer que “acolher refugiados não é assumir um problema, mas antes uma oportunidade“. “Portugal é um país com um problema demográfico sério. Não é só com políticas demográficas que vamos resolver os problemas”, justifica o primeiro-ministro.
“Temos de ter uma posição ativa em termos da coesão e futuro da União Europeia“, diz António Costa, acrescentando que “o futuro depende da capacidade de sermos solidários na repartição desse esforço”.
Relativamente ao Brexit e às suas implicações no futuro relacionamento com a União Europeia, António Costa frisa que não é um fechar de portas. “Não haverá seguramente fronteiras fechadas” disse, acrescentando que “o Reino Unido sai da União Europeia, mas seguramente não sai da Europa”.
No caso do relacionamento com Portugal, o primeiro-ministro destaca o facto de o Reino Unido ser muito importante, referindo por exemplo o facto de ser a principal origem do turismo nacional. “Para além das relações multilaterais, investimos muito nas relações unilaterais, nomeadamente com o Reino Unido”, frisa António Costa.
(Notícia atualizada às 13h35)
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