Previsões da Fitch ficam abaixo das metas do Governo. Agência prevê que Portugal cresça 1,5% em 2019
A justificar o abrandamento do crescimento económico, a agência de notação financeira fala numa redução do consumo privado, da despesa pública e da procura externa.
Em vésperas de se pronunciar sobre o rating da economia portuguesa — o que deverá acontecer na próxima sexta-feira –, a Fitch Ratings prevê que a economia portuguesa sofra um abrandamento o longo do próximo ano. Ao contrário das metas para o crescimento económico do país para 2018 e 2019 definidas pelo Executivo, a agência de notação financeira estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,1% este ano e 1,5% no ano seguinte.
Já do lado do Governo, a previsão é mais positiva: um crescimento de 2,3% do PIB no ano corrente e, em 2019, de 2,2%.
De acordo com a análise da Fitch, o desacelerar do crescimento pode ainda ser mais acentuado, se houver um choque económico na Zona Euro. Além disso, a agência salienta que Portugal é uma “economia de salto risco”, em grande parte devido à dívida pública do país, apenas superada pela Grécia e pela Itália.
“A elevada dívida pública irá mantê-lo [Portugal] vulnerável a potenciais choques nos mercados financeiros da Zona Euro”, pode ler-se.
A justificar o abrandamento do crescimento económico, a agência de notação financeira fala numa redução do consumo privado, que tem sido um dos principais indicadores a contribuir para o crescimento do PIB nos últimos trimestres.
Além disso, nota também a diminuição da despesa pública e da procura externa. E salienta que a “desaceleração será transversal a todos os fatores”.
Contudo, apesar do recuo no crescimento económico, a Fitch prevê que a economia portuguesa cresça acima da média de -0,1% registada entre 2007 e 2016, com uma única diferença: “A economia está muito menos dependente da despesa pública do que estava no início da crise em 2007”.
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