Marcelo aplaude pagamento da dívida ao FMI. “É bom para os portugueses”, afirma
"Primeiro, porque é uma dívida muito cara, tem taxas de juro muito elevadas para a média da dívida pública mais recente em Portugal. Portanto, é bom para os portugueses", disse Marcelo.
O Presidente da República saudou esta sexta-feira o pagamento da totalidade da dívida de Portugal ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até ao final deste ano, considerando que “se vira uma página”, e também a desaceleração da inflação.
Em declarações aos jornalistas, durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter visto “muito bem” o anúncio do pagamento da dívida ao FMI feito pelo primeiro-ministro no final do debate do Orçamento do Estado para 2019, na quinta-feira. “Vi muito bem, por várias razões. Primeiro, porque é uma dívida muito cara, tem taxas de juro muito elevadas para a média da dívida pública mais recente em Portugal. Portanto, é bom para os portugueses. Segundo, porque é simbólico, quer dizer que se vira uma página de um período que vivemos todos, que tivemos de viver”, justificou.
Esse “período da crise”, segundo o Chefe de Estado, “perde uma das componentes mais preocupantes, que era a dívida mais pesada em termos de juro”. Em seguida, destacou a desaceleração da inflação neste mês de novembro, apontando-a como “a boa notícia de hoje”. “E é boa porque estava a acelerar, e acelerar a inflação significava ir ao bolso dos portugueses, quer dizer que o nível médio dos preços estava a subir e, depois, tinha consequências, naturalmente, no rendimento disponível. A desaceleração, a verificar-se até ao fim do ano, é uma boa notícia”, acrescentou.
De acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta sexta-feira, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou 0,9% em novembro, em relação ao mesmo mês de 2017, o que significa uma desaceleração face à variação de 1,0% registada em outubro.
Na quinta-feira, momentos antes da votação final global do OE2019 na Assembleia da República, o primeiro-ministro anunciou que até ao final do ano Portugal irá pagar “a totalidade da dívida ao FMI, de 4,6 mil milhões de euros, com todo o significado que comporta mais este virar de página”. Perante os deputados, o líder do executivo defendeu que este passo para o pagamento antecipado da dívida ao FMI “reforçará a credibilidade internacional” de Portugal no plano externo.
CDS ataca Costa com anúncio ilusório de pagamento de dívida ao FMI
A presidente do CDS-PP criticou esta sexta-feira o anúncio ilusório, feito pelo primeiro-ministro, do pagamento do total da dívida de Portugal ao FMI, alertando que o empréstimo será substituído por outro com taxa mais baixa. “Para quem tivesse ouvido aquele fortíssimo aplauso [no Parlamento] até parecia que, de repente, tínhamos conseguido reduzir a dívida pública”, afirmou Assunção Cristas, um dia depois de António Costa ter anunciado, no fim do debate do Orçamento do Estado de 2019, que Portugal pagará até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Mas o que aconteceu é que “vai ser substituída por outra dívida, que hoje felizmente é mais barata”, disse, afirmando ser este um exemplo do “logro e ilusão” do Governo com o Orçamento do Estado. “Porque a saída limpa” do programa de assistência da “troika”, em 2014, permitiu ao país “regressar aos mercados e ir buscar dinheiro emprestado a juro mais baixo do que o FMI” estava a emprestar, explicou a líder centrista, após um encontro com a direção nacional da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa.
Para Assunção Cristas, trocar um empréstimo por outro, mais barato, “é uma boa opção”, já seguida pelo anterior Governo PSD/CDS, “de reembolsar um empréstimo que é mais caro”. “Mas não significa que essa dívida, de repente, desapareça”, afirmou ainda. A líder dos centristas argumentou que, “em termos absolutos, a dívida publica continuou e continua a subir”.
No encerramento do debate do OE2019, no Parlamento, o primeiro-ministro anunciou que Portugal vai pagar até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), num discurso em que salientou a importância de se reduzirem encargos para futuro. “Com a mesma determinação com que temos governado e que me permite hoje anunciar que até ao final deste ano pagaremos a totalidade da dívida ao FMI, de 4,6 mil milhões de euros, com todo o significado que comporta mais este virar de página”, declarou António Costa, momentos antes da aprovação do orçamento pelos partidos de esquerda e PAN.
Perante os deputados, o líder do executivo defendeu que este passo para o pagamento antecipado da dívida ao FMI “reforçará a credibilidade internacional” de Portugal no plano externo.
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