Empreendedorismo: Até a sua casa pode ser cenário de filme. Agencie-a na Nouvelle Shot
É a primeira agência de lugares em Portugal e quer trazer produtores, realizadores e publicitários ao país. No catálogo, a Nouvelle Shot tem centenas de localizações disponíveis, algumas exclusivas.
![](https://ecoonline.s3.amazonaws.com/uploads/2018/12/10-_cc21174.jpg)
Uma praia deserta na Serra da Arrábida, um palacete no interior alentejano ou um barco em pleno oceano Atlântico, ao largo da costa vicentina. E se, da praia deserta se fizesse “deserto”, do palacete se fizesse “casa nobre” e, do barco se fizesse cruzeiro num arquipélago longínquo? Foi a pensar no potencial das localizações a sul do Tejo que Vanessa Lima e Patrícia Brito e Cunha decidiram criar a Nouvelle Shot, a primeira agência de lugares em Portugal.
“Zonas de rio e mar podem ser usadas como destino, como a Croácia, a Grécia. Porque não aqui? Porque não na Arrábida? Com as paisagens, o estilo de casas e vilas, podemos simular que estamos na Grécia, em Itália, no deserto. Vantagens? Portugal tem ótimos recursos humanos, a luz é extraordinária, em pouco tempo podemos estar num local completamente diferente”, explica Patrícia.
Mas vamos por partes. As duas sócias conheceram-se no verão de 2017, a bordo de um dos barcos que Vanessa decidiu começar a explorar turisticamente, uns anos antes, na Sea Life Lovers. Depois de 14 anos a trabalhar em publicidade, Vanessa, 40 anos, decidiu mudar de vida e, foi num desses dias em mar que as duas perceberam que tinham muito em comum.
Meses depois, a empresa de Vanessa foi contactada pela Plural. Além de embarcações para duas novelas, a produtora precisava de casas de luxo para gravações. “A Patrícia [que tinha sido atriz em Portugal e Londres durante vários anos] trabalhava em turismo de luxo e fomos logo ver casas na zona do Carvalhal, Comporta. É aí que surge a questão de sabermos que havia muitos freelancers na área mas a área não estava profissionalizada“, conta Vanessa.
O problema resolveu-se com um telefonema: Vanessa estava a caminho, Patrícia conseguiu mostrar-lhe dez casas e o negócio fez-se. Mas a ideia ficou a trabalhar na cabeça das duas. E se profissionalizassem o setor, servindo de facilitadoras entre produtores e locais?
“Tudo fazia sentido. Para mim, fazia sentido voltar às origens. À Vanessa também, e a Novelle Shot é a nossa intenção é colocar Portugal como um destino muito aliciante e atrativo para cinema, televisão e shooting. O que nos juntou foi a paixão que temos pelo nosso país que é o que nos faz ficar”, explica Patrícia, em conversa com o ECO.
Da ideia à prática, a Nouvelle Shot esteve um ano a trabalhar contactos, localizações e parceiros: a preparação incluiu pesquisa sobre empresas no mercado e plataformas que permitissem aos “locais” estar disponíveis para ações como eventos, publicidade e até cinema. “Fizemos uma pesquisa tremenda e detetámos que não existia nenhuma empresa que fizesse isto no mercado, ao contrário do que acontece em Paris ou nos Estados Unidos”, detalha Vanessa.
Uma das primeiras coisas a ficar definida foi o posicionamento geográfico: de Lisboa para sul. “As paisagens são diferentes, as localizações também. Temos rota Vicentina, Arrábida, Alentejo. Lisboa está overcrowded e queremos ser um complemento de quem já trabalha nesta área como freelancer. E a decisão de fazermos assim teve a ver com o facto de considerarmos que o mercado não está preparado para entrarmos de repente. Queremos que os players acreditem que somos complementares e não concorrentes dos serviços que já existem. É um trabalho que estamos a fazer, poderíamos ser concorrentes das produtoras, fotógrafos, agências de eventos, mas sempre na vertente da parceria e da complementaridade. É um trabalho que se vai fazendo calmamente”, explica Patrícia.
Com uma oferta várias dezenas de lugares, na Nouvelle Shot podem encontrar-se casas, barcos, hiden spots com natureza, cascatas e praias desertas. Mas também facilitadores para relações com entidades institucionais das regiões. “Temos uma área de facilities manager, para facilitar em taxas, licenças e o tempo entre o briefing e apresentação de propostas. E outra área que tratamos de tudo com equipas de fora. Agilizamos o que já existe no mercado, de maneira que somos as partners e fundadoras”, esclarece Vanessa.
O trabalho tem sido tão intenso que, agora, já não são só Vanessa e Patrícia que trabalham como “olheiras” da empresa: são os próprios proprietários que se dirigem a elas para procurar parcerias. “Diariamente oferecem-nos lugares. Carros, motas, bicicletas, jardins, lugares de natureza, a panóplia de coisas é enorme. E desde o momento que nos contactam, temos de conhecer os proprietários, ir fotografar, catalogar. Existe um trabalho de campo por trás bastante importante, trabalho de campo. E a grande vantagem de estarmos a profissionalizar a área é a confiança, e as pessoas confiam, há uma garantia da nossa presença“, detalha.
Carros, motas, bicicletas, jardins, lugares de natureza, é tal a panóplia de coisas. E desde o momento que nos contactam, temos de conhecer os proprietários, ir fotografar, catalogar. Existe um trabalho por trás bastante importante, trabalho de campo.
O modelo de negócio é simples: existe um consumo diário para shooting, que varia consoante a tipologia do lugar e a mediatização: quanto mais aparece, mais se paga. “Da mesma maneira que ajudamos quem está a trabalhar, a trabalhar, também salvaguardamos os interesses do proprietário”, acrescenta Vanessa.
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