Governo francês mobiliza 89 mil agentes. Está preparado para o novo protesto dos Coletes Amarelos

  • Guilherme Monteiro
  • 7 Dezembro 2018

Governo francês destaca 89 mil polícias para evitar cenas de violência da semana passada, numa altura em que os propostos têm subido de tom. Estudantes também já se manifestam e 700 foram detidos.

Torre Eiffel fechada, Louvre encerrado, caminhada pelo clima afastada de Paris, comércio a meios gás, campeonato francês com seis jogos adiados e 89 mil polícias destacados para as ruas francesas. O Governo liderado por Édouard Philippe receia uma repetição do caos do fim de semana passado nas manifestações dos Coletes Amarelos marcadas para este sábado, através das redes sociais.

Grande parte dos agentes das Companhias Republicanas de Segurança, mas também da força policial militar subordinada ao Ministério da Defesa francês, a Gendarmerie, vão estar nas ruas do país. Dos 89 mil mobilizados, cerca de oito mil estarão nas ruas da capital, contando com várias viaturas blindadas, diz o Le Figaro

Este vai ser já o quarto sábado consecutivo de manifestações dos coletes amarelos em França, protestos que têm aumentado de tom semana após semana, levando o executivo a tomar medidas drásticas para evitar que o clima de caos vivido no último fim de semana na capital francesa se repita.

Apesar de, no início da semana, o executivo ter recuado na intenção de aumentar os impostos dos combustíveis, o volte face parece não ter diminuído o clima de tensão no país está a alastrar-se. Já não são só os camionistas que se manifestam contra a fiscalidade que recai sobre o diesel. Bombeiros, agricultores e estudantes também estão nas ruas.

No início da semana 800 técnicos de ambulância usaram 600 veículos para bloquearem no início da semana a ponte que liga a Assembleia Nacional à Place de la Concorde, em Paris, exigindo o fim da reforma de Emmanuel Macron que tem em vista estabelecer que os hospitais e clínicas privadas escolham as ambulâncias por concurso.

Esta quinta-feira, os estudantes encerraram entre 200 a 300 escolas no país, cerca de 5% dos estabelecimentos de ensino franceses. Lutam pela redução do valor de propinas para estudantes internacionais vindos de fora da União Europeia e contra a reforma que Macron quer levar a cabo no ensino secundário e superior. Os protestos estudantis — que também reivindicam a mudança da plataforma de acesso ao ensino superior, que no último concurso apresentou várias falhas — levaram à detenção de 700 estudantes.

Entretanto, o maior sindicato do setor agrícola também já anunciou uma mobilização na próxima semana e dois sindicatos do transporte rodoviária convocaram uma greve a partir de domingo por tempo indeterminado.

Por todo o país não param de surgir focos de protesto e o Ministério de Interior já falou numa “mobilização por parte da extrema-direita e da extrema-esquerda”. Mas estes protestos começam agora a extravasar as fronteiras francesas. Segundo vários órgãos de comunicação social europeus, estão já marcados protestos semelhantes de movimentos solidários em pelo menos duas cidades: Amesterdão, na Holanda, e Bruxelas, na Bélgica.

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