• Reportagem por:
  • Lusa

“Coletes amarelos” e extremistas semeiam destruição nas ruas de Paris

A situação nos Campos Elísios continua tensa, com confrontos entre a polícia e os manifestantes, mas o resto da cidade está também em pé de guerra.

Os manifestantes que este sábado criaram o caos nas ruas de Paris prometem continuar os protestos, numa espiral que atraiu outro tipo de protagonistas, com jovens vestidos de preto e de cara tapada a juntarem-se aos “coletes amarelos”.

“Nós somos pacifistas, mas até alguma coisa mudar verdadeiramente viremos todos os sábados”, disse Chantalle, que, com o seu marido, Sylvain, integra o movimento de “coletes amarelos”.

Este movimento nasceu espontaneamente em meados de novembro num sinal de protesto que começou contra a taxação de combustíveis em França e agora contesta a carga de impostos, perda do poder de compra e desilusão geral com o Governo.

Este sábado, em Paris, os manifestantes incendiaram carros e lojas, foram alvos de várias cargas policiais, com zonas da cidade palco de batalhas campais.

“É a destruição total, a zona do Arco do Triunfo está muito degradada. É deplorável o que se passa com as pessoas que vieram só para partir tudo”, acrescentou Chantalle que, no entanto, mostra a determinação do movimento espontâneo que está a juntar elementos da extrema-esquerda e extrema-direita na contestação ao Presidente francês, Emmanuel Mácron.

“Nós vamos até ao fim. Só queremos que ele saia de lá [Eliseu]. Há quem acredite nele, mas nós não votámos nele. As coisas estão cada vez piores e somos muito fustigados pelos impostos, torna-se impossível viver”, disse.

A situação nos Campos Elísios continua tensa, com confrontos entre a polícia e os manifestantes, mas o resto da cidade está também em pé de guerra.

Depois de, no último fim de semana, terem sido muito atingidos pelos confrontos, os Campos Elísios estão mais calmos, já que a maior parte da destruição concentra-se na zona do Arco do Triunfo, onde carros foram virados, vários veículos foram incendiados e onde o ar pesado das granadas de gás lacrimogéneo tornam quase impossível circular sem máscara. Ao fim da tarde, os conflitos entre manifestantes e polícias continuavam em frente ao Arco do Triunfo.

Fogo de artifício e ‘very lights’

Por um lado, os manifestantes lançam fogo de artifício e ‘very lights’ contra os polícias, enquanto as forças de segurança continuam a tentar afastar os manifestantes com gás lacrimogéneo.

Aos poucos, a Praça da Estrela, como é conhecida a rotunda do Arco do Triunfo, tem cada vez menos pessoas com coletes amarelos e mais grupos de jovens vestidos de negro e com a cara tapada.

Na zona da Ópera e das grandes lojas de departamentos, os grupos de jovens e alguns coletes amarelos bloquearam ruas e atiraram tudo o que tinham nas proximidades contra os veículos da polícia.

As forças da ordem continuam a reforçar os locais simbólicos da cidade com carrinhas e barreiras para conter os manifestantes.

Até agora, 255 pessoas foram detidas pela polícia e foram registados quase 100 feridos, entre eles cerca de 20 polícias.

Segundo as autoridades locais, cerca de 75 mil manifestantes saíram à rua em França, ao início da tarde, números inferiores aos dois últimos dias.

  • Lusa

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