PR aponta “expectativas” de mudança como justificação para greves
Marcelo diz que as “expectativas de ser possível rapidamente” responder a “algumas reivindicações” sociais, é um dos três fatores para a conjugação de greves em vários setores públicos.
O Presidente da República (PR) afirmou este sábado que se criaram “expectativas de ser possível rapidamente” responder a “algumas reivindicações” sociais, apontando este como um dos três fatores para a conjugação de greves em vários setores públicos.
“Não comento situações laborais ou sindicais específicas. O que tenho dito é que há aqui uma conjugação de três fatores. Por um lado, há períodos que a história revela que são mais intensos de luta laboral. São períodos que correspondem a expectativas que são geradas e à ideia de que é possível rapidamente convertê-las em modificações da situação social”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem de uma ceia de Natal com famílias carenciadas e sem-abrigo, organizada pela associação Amor Perfeito no Instituto do Terço.
Para o PR, os outros dois fatores para se estarem a realizar greves em tantas áreas da sociedade são “o debate do Orçamento de Estado [OE]” e o facto de se tratar de “ano eleitoral”, em que “é natural que os vários setores queiram chamar a atenção dos partidos políticos para aquilo que entendem que é fundamental para o futuro, já não para o futuro no imediato mas para os anos seguintes”.
“[As greves] correspondem a estas preocupações: OE, ano eleitoral e expectativas que geraram a ideia de que era possível rapidamente haver avanço de algumas reivindicações sociais”, observou.
“A conjugação destes três fatores conduz a uma realidade própria da democracia que atinge vários setores, sobretudo públicos, porque é nos setores públicos que tem havido greves”, afirmou.
O Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP) inicia hoje uma greve de 23 dias, coincidindo com a paralisação marcada por outra estrutural sindical até ao final do ano.
O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, que tem em curso uma greve, anunciou no sábado que “vai reforçar os serviços mínimos” nesse serviço na quadra natalícia.
Na quinta-feira, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público decretou uma greve para o início de fevereiro contra a intenção do PS e do PSD de alteração da estrutura do Conselho Superior do MP, compondo-o maioritariamente por não magistrados.
Entretanto, os juízes, aproveitando a pausa prevista na greve que têm vindo a realizar, decidiram retomar as negociações com o Ministério da Justiça.
A Associação Sindical dos Juízes Portugueses admite, contudo, que também estes magistrados continuem a greve, a partir de 23 de janeiro, juntando-se à luta dos profissionais do Ministério Público.
A “greve cirúrgica” dos enfermeiros, que se iniciou em 22 de novembro e termina em 31 de dezembro, está a decorrer nos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.
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