Ministra da Saúde quer médicos a “pagar” curso com mais tempo no SNS
A ministra da Saúde, Marta Temido, quer atrair médicos para exclusividade no público e vai propor que não saiam do SNS logo a seguir à formação que receberam. Na remuneração pode estar a resposta.
A ministra da Saúde, Marta Temido, quer reter os médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante mais tempo antes de estes optarem por sair do público para o privado. A intenção foi salientada pela governante em entrevista ao Diário de Notícias/TSF (acesso pago), onde explicou que esse objetivo pode ser conseguido com a vinculação durante um determinado período de tempo.
“Não temos nenhuma forma de os reter”, começa por dizer Marta Temido. “Investimos, por exemplo, na formação de um médico, durante seis, sete anos e no dia a seguir não o retemos”.
A chave para conseguir reter esses profissionais no público poderá passar por uma vinculação durante um determinado período de tempo e pela oferta de “carreiras compensadoras e aliciantes”, diz a ministra que garante estar a trabalhar nesse sentido.
“Nunca poderíamos pensar numa opção de imposição. Uma opção será a de, após a sua formação, as pessoas ficarem vinculadas durante um período, que nunca poderá ser muito longo, e depois haverá a opção pela dedicação exclusiva, voluntária”, afirmou Marta Temido. “Não oferecemos carreiras compensadoras e aliciantes. Estamos a trabalhar nisso”, assume assim.
Marta Temido diz que os regimes de exclusividade para os médios do SNS teriam uma “compensação adequada”. “Há quem alerte para os riscos que isto teria para o SNS, todos se iriam embora e nós não conseguiríamos pagar para reter quem precisamos de reter. Não estou confiante nessa leitura”.
Questionada sobre o fim das Parcerias Público Privadas (PPP), Marta Temido diz que são para continuar. “As PPP existem, estão aí, como falámos no caso de Braga, têm resultados muito interessantes. Eu não acredito num mundo a preto e branco”. “Esta lei [não refletirá o entendimento e o desejo de muitas pessoas certamente”, disse ainda. De recordar que o fim das PPP tem sido reivindicado pelo Bloco de Esquerda.
Relativamente à greve dos enfermeiros, a ministra da Saúde diz que já foram adiadas mais de 5.000 cirurgias, mas que para já não há fundamentos para uma requisição civil. “É último instrumento e tem um enquadramento legal específico, implica que os serviços mínimos estejam a ser incumpridos. Neste momento não temos fundamento para equacionar essa hipótese”, diz.
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