Futebol: Chineses gastam 650 milhões de euros nos direitos da liga inglesa

Continua a obsessão chinesa com o futebol. Por 650 milhões de euros, a gigante do retalho Suning comprou três anos de direitos televisivos da liga que mais dinheiro move em todo o mundo.

A China está viciada em futebol. E a mais recente prova disso são os quase 650 milhões de euros que a chinesa PPTV vai desembolsar por três anos de direitos de transmissão da primeira liga de futebol inglesa. A PPTV é detida pela gigante do retalho Suning.

O contrato tem início em 2019 e abrange o campeonato de futebol que mais dinheiro move em todo o mundo. Segundo a Quartz, o montante é dez vezes maior do que o atual acordo de transmissão de direitos da Premiere League naquele país. É ainda a maior venda de direitos de transmissão para o estrangeiro, refere a AP.

Estima-se que a liga inglesa, só na venda de direitos para países estrangeiros, gere 8,3 mil milhões de libras (9,7 mil milhões de euros) entre 2016 e 2019, recorda a Quartz. É quase o dobro do montante conseguido durante os três anos anteriores.

Não é, de longe, a primeira entrada da Suning no mundo do desporto. Após comprar a PPTV em 2013, a holding comprou cinco anos de direitos da liga de futebol espanhola (La Liga) por 250 milhões de euros. Adquiriu também um dos maiores clubes chineses de futebol (Jiangsu Sunning F.C.) e, em junho, investiu mais de 280 milhões de euros no Inter de Milão.

Xi Jinping, presidente chinês, é um conhecido fã de futebolMichel Temer/Flickr

Uma nação viciada em bola

A súbita obsessão da China com o futebol tem uma explicação. O presidente chinês Xi Jinping é um conhecido fã da modalidade. Jogou futebol na infância, nos anos 50 e 60. O certo é que, em 2015, confessou publicamente que o seu sonho era que a China fosse campeã do mundo em futebol. Chegou mesmo a estabelecer uma meta: até 2050, a seleção chinesa terá de levar para casa pelo menos um caneco.

As declarações de Xi Jinping desencadearam um autêntico frenesim de investimentos milionários em futebol, com a compra de parcelas em grandes clubes europeus e na aquisição de direitos televisivos, como foi agora o caso. Já para não falar do polémico patrocínio da Segunda Liga portuguesa, acordo assinado por Pedro Proença que chegou a prever a integração de jogadores chineses nas equipas nacionais.

A isso juntou-se a contratação de jogadores de peso de equipas europeias para clubes na China. Por 45 milhões de dólares, Jackson Martínez saiu do Atlético de Madrid e foi jogar para o Guangzhou Evergrande. Por 30 milhões de dólares, o brasileiro Ramires, que jogava no Chelsea, fez as malas e foi jogar para o Jiangsun Suning. Mais recentemente.

A aquisição de direitos televisivos de ligas estrangeiras, movida pela obsessão da China com o futebol, contrasta com os acordos assinados em Portugal pelas operadoras no final do ano passado. A Nos assinou contratos de exclusividade com o Benfica (400 milhões de euros), o Sporting (446 milhões de euros) e o Sporting de Braga (100 milhões de euros). A Meo assinou com o Porto por 457 milhões de euros. No entanto, os valores não são diretamente comparáveis.

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