CGD: trabalhadores pedem à administração para entregar declarações ao TC
Trabalhadores da CGD consideram que os administradores têm de entregar as declarações de rendimento e património no TC e pedem para que a recapitalização do banco público não seja adiada por isso.
Os trabalhadores da CGD consideram que os administradores têm de entregar as declarações de rendimento e património no Tribunal Constitucional (TC), mas pedem que não sejam polémicas à margem a adiar a recapitalização que precisa de ser feita “sem demora”.
Em comunicado enviado à comunicação social, a Comissão de Trabalhadores considera que é “essencial e deve ser implementada sem demora” a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que dizem ser “fundamental para o crescimento económico do país”.
Para os trabalhadores da CGD, que tem sido motivo de muitas notícias nas últimas semanas, é importante que se ponha “fim a polémicas espúrias e acessórias que se substituem ao que é verdadeiramente importante”.
Especificamente quanto à polémica relacionada com a não entrega no Tribunal Constitucional das declarações de rendimento e património pelos novos administradores do banco público, desde logo o presidente, António Domingues, a Comissão de Trabalhadores diz que estes responsáveis devem “assumir essas responsabilidades e o seu compromisso com a causa pública, com integral cumprimento das exigências da lei”, considerando uma vez mais que não pode haver assuntos à margem que levem ao bloqueio do processo de recapitalização.
No comunicado à imprensa em que os trabalhadores voltam a considerar importante que a CGD se mantenha inteiramente pública, criticam ainda a recente intervenção de Pedro Ferraz da Costa que, em entrevista ao DN e à TSF, criticou os ordenados dos trabalhadores da CGD e disse que os trabalhadores eram os beneficiários da recapitalização.
Para a CT, estas declarações inserem-se numa “plataforma de detratores da CGD e dos seus trabalhadores, que visa dificultar ou impedir a intervenção de meios e capital na CGD, criando impasse para o desenvolvimento do plano de recapitalização e reestruturação”.
A Comissão de Trabalhadores termina a informação à imprensa a referir que, desde março, continua à espera de resposta aos pedidos de reunião que fez ao primeiro-ministro, António Costa.
O plano de recapitalização da CGD implica um aumento de capital em dinheiro de 2.700 milhões de euros, acompanhado por uma emissão de obrigações subordinadas no montante de cerca de 1.000 milhões de euros.
Será ainda feita a transferência das ações da ParCaixa para a CGD, o que implica um aumento do capital no valor de 500 milhões de euros, e a conversão em ações de 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes subscritos pelo Estado (CoCo’s). No total, a capitalização da CGD é estimada em 5.160 milhões de euros.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou hoje no Parlamento que a injeção pública de capital na Caixa Geral de Depósitos (CGD) só vai ocorrer em 2017, ao contrário do que estava previsto, que era fazê-la ainda este ano.
A par da recapitalização, o banco público está também a ser alvo de um processo de reestruturação, que deverá levar à saída de cerca de 2.500 trabalhadores entre 2017 e 2020, através de reformas e saídas por acordo.
No final de 2015, a CGD tinha 8.410 trabalhadores em Portugal, menos 448 do que em 2014, os quais saíram sobretudo ao abrigo do programa de reformas antecipadas.
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