“Reino Unido tem mais um problema consigo próprio do que com a UE”

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2019

O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que o Reino Unido tem mais um problema consigo próprio do que com a União Europeia, após não ter ouvido a esperada proposta concreta de Theresa May.

O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu esta terça-feira que o Reino Unido tem mais um problema consigo próprio do que com a União Europeia, após não ter ouvido a esperada proposta concreta de Theresa May na segunda-feira no parlamento britânico.

“Na minha opinião pessoal, o Reino Unido tem mais um problema consigo próprio do que com a União Europeia (UE), mas nós não podemos resolver o problema do Reino unido consigo próprio, só podemos resolver o problema do Reino Unido com a UE”, considerou.

Augusto Santos Silva, que falava aos jornalistas em Bruxelas no final de uma reunião ministerial da UE com a União Africana, constatou, ao ouvir a intervenção de Theresa May no parlamento na segunda-feira, que o plano apresentado pela primeira-ministra britânica pode ser resumido numa frase: “é o plano para realizar reuniões para que possa haver um plano que possa ser aceite na Câmara dos Comuns”.

“Vamos aguardar para saber se essas reuniões são frutíferas e se pode haver um plano que seja apresentado à UE”, acrescentou, recordando que a UE está, desde 15 de dezembro, à espera que tal aconteça.

O chefe da diplomacia portuguesa não excluiu uma eventual reabertura das negociações, fazendo-a depender da proposta que será apresentada pelo Governo britânico.

“Se a sagacidade britânica conseguir encontrar uma proposta substantiva que nos faça alterar uma posição óbvia da nossa parte, que é que o acordo de saída é o único possível nas condições do Reino Unido, nós veremos. Mas para isso é preciso que haja uma proposta, e ontem ainda não saiu nenhuma”, completou.

Santos Silva voltou a insistir que se o Reino Unido mudar as suas condições de partida, as chamadas linhas vermelhas, “evidentemente que haverá uma razão para renegociação”.

“Mas a primeira-ministra, se eu a compreendi bem ontem, foi clara em insistir nas suas linhas vermelhas”, analisou.

O ministro salientou, no entanto, o avanço notado na segunda-feira no discurso de Theresa May relativamente aos direitos dos cidadãos.

“Tornou a dizer de forma mais clara e por escrito que mesmo não havendo acordo de saída ela considera que a parte relativa aos direitos dos cidadãos é vinculativa […] Tomou uma medida muito interessante: isentar de qualquer custo o ato de regularização ou renovação da residência de cidadãos no Reino Unido. Aí houve avanços significativos”, estimou.

Theresa May anunciou na segunda-feira no parlamento que quer renegociar com a UE a solução de salvaguarda para a Irlanda do Norte contestada por deputados conservadores e unionistas, assim como a decisão de recuar na intenção de cobrar as taxas de candidatura dos cidadãos europeus ao estatuto de residente permanente no Reino Unido na sequência do ‘Brexit’.

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