Moody’s: Bancos portugueses estão a limpar balanços a um ritmo mais rápido
Os bancos portugueses estão a limpar os seus balanços com maior velocidade, mas ainda apresentam um fraco desempenho quando comparados com os europeus, alertou a Moody's.
A agência de rating Moody’s afirmou, esta terça-feira, que os bancos de Portugal estão a limpar os seus balanços com maior velocidade, mas alerta que em comparação com a média da União Europeia ainda apresentam um fraco desempenho.
“Os bancos portugueses estão a limpar os seus balanços a um ritmo mais rápido”, indica a Moody’s, numa nota de análise divulgada esta terça-feira, onde refere que, “no ano passado, o stock de crédito malparado no sistema financeiro de Portugal desceu acentuadamente devido a condições económicas sólidas, aumento das recuperações de empréstimos e remoção de ativos dos balanços”.
A agência de notação internacional acrescenta que “a queda acelerou no quarto trimestre, uma vez que alguns dos maiores bancos também venderam grandes carteiras de NPL”, a sigla em inglês para non-performing loans ou crédito malparado.
“Esperamos que os NPL diminuam ainda mais em 2019, com a economia a manter-se sólida e porque a maioria dos bancos se comprometeu publicamente a continuar a reduzir os seus rácios de NPL”, adianta a Moody’s, acrescentando que espera que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano.
Contudo, a agência de rating alerta para que, apesar de o volume de NPL estar a descer, “ainda continua a ser um constrangimento importante nos perfis de crédito da maioria dos bancos”.
A Moody’s refere que o rácio de NPL em Portugal desceu para 12% no final de setembro de 2018, face aos 15,2% registados no fim de 2017, já “muito abaixo do pico de 20,1% registado em junho de 2016”. A Moody’s indica que a queda “é ainda mais pronunciada se incluirmos a venda de 3,7 mil milhões de euros em NPL por parte de alguns dos maiores bancos de Portugal no quarto trimestre”.
Nos últimos três meses de 2018, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vendeu 850 milhões de euros de NPL, o Santander Totta lançou a securitização de um portefólio de NPL no valor de 481 milhões de euros, o Novo Banco fechou um acordo para vender NPL no valor de 2,15 mil milhões de euros e a Caixa Económica Montepio Geral disponibilizou um portefólio de 239 milhões de euros em NPL.
A agência de rating alerta, contudo, para que “as participações em ativos imobiliários problemáticos continuam a limitar a qualidade dos ativos de alguns bancos” e que o rácio de malparado continua “fraco” na comparação com a média europeia.
“Apesar de esta tendência ser positiva e das perspetivas favoráveis para 2019 apontarem para progressos significativos que os bancos estão a fazer na limpeza dos seus balanços, o rácio de Portugal de NPL ainda é muito fraco em comparação com a média da União Europeia, de 3,4% em setembro de 2018”, indica a Moody’s.
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