Presidente do BCP “preocupado” com notícias sobre auditoria à CGD
O CEO do BCP diz ter um conhecimento bastante limitado sobre o relatório da EY à CGD, mas diz que está "preocupado" com as notícias sobre o assunto porque "contamina todo o setor".
“Estou preocupado com aquilo que se está a passar. (…) Tudo o que acontece de mau numa instituição contamina o setor”, declarou Miguel Maya, CEO do BCP, em relação à divulgação do relatório preliminar da auditoria da EY aos atos de gestão na Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015.
Esta semana, vários jornais — entre eles o ECO — divulgaram uma versão preliminar do relatório da EY onde foram identificados um conjunto de 46 financiamentos que foram concedidos durante aquele período e nos quais não foram cumpridas as normas de concessão de crédito e resultaram em perdas de quase 1.200 milhões de euros.
Miguel Maya começou por dizer que tem um conhecimento “bastante limitado” no que respeita à informação contida no relatório preliminar da EY tornado recente público, reconhecendo contudo que este “não pode ser irrelevante”. Mas logo de seguida faz questão de afastar a equipa de gestão do BCP da polémica, nomeadamente em relação ao administrador João Nuno Palma, que passou pelo banco público no passado — foi CFO da CGD entre 2012 e 2016, tendo exercido outras funções anteriormente.
“Temos apenas um administrador que passou no passado pela CGD e não o vejo referido em nenhum lado”, começa por dizer Miguel Maya à margem de uma conferência com jornalistas que serviu para apresentar uma parceria entre o BCP e o UnionPay com vista à distribuição de cartões bancários da instituição chinesa. “Não vejo razão para qualquer reparo“, diz assim.
Questionado ainda pelo facto de o BCP ser uma das instituições referida no relatório no que respeita aos créditos concedidos e também às perdas que o banco público teve com a exposição à instituição financeira, Miguel Maya diz que “são claramente um tema do passado do banco”.
O gestor também não se pronunciou sobre a existência ou não de uma lista de devedores semelhante à da CGD. “O BCP irá divulgar o que tiver de divulgar”, disse, referindo que esta é uma questão política.
"Estou preocupado com aquilo que se está a passar. (…) Tudo o que acontece de mau numa instituição contamina o setor.”
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