Antes de Trump, Bruxelas quer renovar sanções à Rússia

  • Marta Santos Silva
  • 21 Novembro 2016

Pode ser que as sanções implementadas por Obama não se mantenham, mas pelo seu lado Bruxelas já está a trabalhar para renovar as sanções à Rússia pelo seu envolvimento no conflito ucraniano.

Donald Trump aparenta ser mais próximo de Vladimir Putin do que o seu antecessor, mas Bruxelas não quer deixar que essa influência traga o fim das sanções europeias à Rússia. O objetivo é prolongar as sanções — implementadas devido à intervenção russa no conflito na Ucrânia — ainda antes de Trump se tornar Presidente dos EUA.

Segundo avançaram à Bloomberg fontes próximas das negociações, os governos europeus deverão prolongar por mais seis meses as sanções económicas que terminariam no dia 31 de janeiro. Segundo uma das fontes consultadas pela Bloomberg, estaria fora de questão não prolongar as sanções para lá do seu atual prazo, visto que a Rússia continua a não respeitar o pacto para o fim da guerra civil na Ucrânia — o único critério para o levantamento das penalizações.

A anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014 levou a União Europeia, apoiada do outro lado do Atlântico por medidas semelhantes implementadas por Barack Obama, a introduzir penalizações económicas à Rússia que incluem a proibição da venda de ações de empresas russas e limites à exportação de tecnologias para as indústrias da energia e do armamento na Rússia. Mas não é certo que Donald Trump seja favorável à sua manutenção.

Em intervenções durante a sua campanha presidencial, Donald Trump disse repetidamente que os Estados Unidos teriam uma “relação melhor com a Rússia” se ele fosse eleito, e chegou a dizer, mais de dois anos depois de a Crimeia ter sido anexada pela Rússia, que Putin “não vai entrar na Ucrânia”.

Mas Bruxelas não vai esperar que Trump seja confirmado Presidente dos EUA — a 20 de janeiro — para decidir o prolongamento destas sanções. Federica Mogherini, Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, afirmou mesmo que “a União Europeia tem uma posição muito marcada acerca da anexação ilegal da Crimeia e da situação na Ucrânia. Isso não vai mudar independentemente de possíveis alterações nas políticas de outros”.

Importa mencionar que uma estimativa interna à União Europeia, citada pela Bloomberg, indica que as empresas europeias sofreram entre 10 e 11 vezes mais do que as norte-americanas com as sanções impostas à Rússia. Em parte isso deve-se à retaliação russa, que levou à proibição de importações alimentares.

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