Carlos Costa: “Não participei nos 25 grandes créditos que geraram perdas à CGD”
O Governador do Banco de Portugal diz que nunca esteve em nenhuma reunião em que fossem tomadas decisões que fossem lesivas para os interesses da CGD.
Carlos Costa demarca-se de responsabilidades na concessão de créditos ruinosos por parte do banco público no período em que foi administrador. Em entrevista no Jornal da Noite da SIC, o Governador do Banco de Portugal diz nunca presenciou “qualquer movimento que lesasse os interesses da CGD do ponto de vista da concessão de crédito”. Garante que não decidiu nenhum dos 25 créditos que geraram maiores perdas à CGD.
A auditoria realizada pela EY “mostra que não participei em nenhuma operação de concessão de crédito”, começou por dizer. “Só ocasionalmente participava em reuniões do Conselho Alargado de Crédito” da CGD, acrescentou, salientando que a sua presença “destinava-se a assegurar o número de administradores necessários” para essas reuniões.
“Nunca presenciei qualquer movimento que lesasse os interesses da CGD do ponto de vista da concessão de crédito”, assegurou o Governador, cuja atuação enquanto administrador não executivo da CGD, entre abril de 2004 e setembro de 2006, tem estado sob escrutínio.
A EY concluiu que o banco público aprovou entre 2000 e 2015 vários dos créditos que vieram a revelar-se ruinosos. Questionado sobre a sua participação na concessão destes créditos, entre eles o de Vale do Lobo, Carlos Costa foi perentório: “não participei na decisão dos 25 grandes créditos que geraram perdas à CGD”.
"Nunca presenciei qualquer movimento que lesasse os interesses da CGD do ponto de vista da concessão de crédito.”
Relativamente ao financiamento ao projeto de Vale do Lobo, Carlos Costa esclarece que participou numa reunião anterior “sobre em que condições é que a CGD poderia participar” nessa operação. “Nessa reunião estava lá”, diz. E ficou decido que a “CGD só participaria se houvesse dois bancos no consórcio”, conta.
“Era uma decisão de princípio. O que estava em causa era que se essa operação se realizasse, o que é que a CGD faria”, acrescentou o antigo administrador da CGD, salientando que a operação que acabou por ser “aprovada não tem nada a ver com os princípios estabelecidos” inicialmente.
(Notícia atualizada às 21h05 com mais informação)
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