Confiança dos consumidores volta a cair. Está a descer há nove meses
Perspetivas relativas à evolução da situação económica do país, mas também a situação financeira das famílias justifica a quebra do indicador. Do lado das empresas, a visão é menos negativa.
Os portugueses estão cada vez menos otimistas para o rumo da economia nacional. A confiança dos consumidores voltou a cair, mantendo uma tendência que se verifica desde junho do ano passado, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). Do lado das empresas, a visão é diferente. O indicador de clima económico subiu.
“O indicador de confiança dos consumidores diminuiu nos últimos quatro meses, prolongando o movimento descendente iniciado em junho de 2018”, diz o INE. “No mês de referência, a evolução do indicador resultou do contributo negativo das perspetivas relativas à evolução da situação económica do país”, mas também à situação financeira do agregado familiar e às grandes compras.
O INE nota que apesar de a tendência já ser de quebra, a perspetiva para evolução da situação económica do país diminuiu “de forma mais significativa em fevereiro, dando continuidade ao perfil descendente verificado desde o início de 2018″.
Olhando para a frente, o cenário não é animador: “o saldo das expectativas relativas à evolução da situação económica do país diminuiu nos últimos três meses, prolongando a trajetória decrescente iniciada em setembro de 2017”, diz o INE.
Também a situação financeira das famílias merece nota negativa, essencialmente pelas perspetivas destas. “As perspetivas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar agravaram-se entre novembro e fevereiro, após a recuperação verificada em outubro”, revela o INE, salientando que a intenção de realização de compras importantes “diminuiu pelo quinto mês consecutivo, interrompendo a trajetória ascendente observada desde o início de 2013”.
Empresas menos pessimistas
No caso do indicador de clima económico, este “aumentou em fevereiro, após ter diminuído nos três meses anteriores. Em fevereiro, os
indicadores de confiança aumentaram na Construção e Obras Públicas, no Comércio e nos Serviços, tendo diminuído na
Indústria Transformadora”, nota o INE, explicando a evolução desta última com o “saldo das perspetivas de produção e das opiniões sobre a procura global”.
“O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas aumentou em fevereiro, atingindo o valor máximo desde março de 2002”, sendo esta evolução explicada pelo “contributo positivo de ambas as componentes, opiniões sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, mais significativo no primeiro caso”.
No caso do Comércio, depois do movimento descendente observado nos dois meses anteriores, houve um “contributo positivo de todas as componentes, opiniões sobre o volume de vendas, perspetivas de atividade e apreciações sobre o volume de stocks, em particular no primeiro caso”, nota o INE, salientando que no caso dos Serviços “o indicador de confiança aumentou em janeiro e fevereiro, suspendendo o movimento descendente observado entre setembro e dezembro”.
(Notícia atualizada às 9h56 com mais informação)
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