Conselho de Administração do DIA critica proposta de magnata russo para o grupo
O Conselho de Administração dos supermercados DIA diz que o aumento de capital de 500 milhões proposto pela LetterOne leva o grupo a uma dissolução ou ao concurso de credores.
O Conselho de Administração dos supermercados DIA afirmou este domingo que o aumento de capital de 500 milhões de euros proposto pela LetterOne, do magnata russo Mikhail Fridman, leva o grupo a uma dissolução ou ao concurso de credores.
Num comunicado enviado hoje à Comissão Nacional de Mercado de Valores, a administração da cadeia DIA destaca que a proposta da LetterOne, “tal como está configurada atualmente, não proporciona soluções eficazes e imediatamente executáveis para os desafios que a empresa enfrenta a curto prazo”.
Pelo contrário, o DIA pode ver-se obrigado a solicitar a dissolução ou o concurso de credores (venda de bens para distribuir o resultado pelos credores), refere o comunicado, que surge na sequência de um outro publicado na sexta-feira e que já mostrava o desacordo com a proposta da LetterOne, que é o maior acionista da cadeia com 29% dos títulos e pretende controlar o grupo na sua totalidade.
Se os acionistas não aprovarem o plano e a LetterOne não conseguir o controlo do DIA, pode não haver alternativa viável para a empresa “além de uma completa reestruturação financeira, insolvência ou dissolução”.
O plano da LetterOne exige a aceitação da OPA (Oferta Pública de Aquisição) a 0,67 euros por ação por parte de pelo menos 50% dos acionistas, excluindo a LetterOne, o que “limita a possibilidade dos atuais acionistas participarem na futura criação de valor”.
A proposta também não resolve alguns problemas fundamentais, como a atual situação patrimonial negativa e os vencimentos de dívida de 31 de maio de 2019 e não oferece uma solução alternativa à estrutura de capital se a OPA fracassar.
Não obstante, a empresa mostra-se disposta a colaborar e alcançar uma solução viável a longo prazo e valoriza “as contribuições da LetterOne e a sua experiência no setor”, bem como o compromisso de investir através da OPA voluntária.
O DIA e o seu Conselho de Administração “estão abertos a continuar a trabalhar com a LetterOne para que a proposta seja aceitável para todos os grupos de interesses, acionistas, credores, funcionários, ao mesmo tempo que se garante o cumprimento de todos os compromissos operacionais, regulatórios e financeiros”, refere o comunicado.
O multimilionário russo Mikhail Fridman anunciou no início de fevereiro o lançamento de uma OPA sobre o DIA, 18 meses depois de entrar no capital da cadeia espanhola de supermercados, dona das lojas Minipreço, um período marcado pela crise que a empresa atravessa.
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