Saída sem acordo compromete continuidade em Inglaterra, alertam Toyota e BMW

  • Lusa
  • 5 Março 2019

Depois da Nissan, da Honda e da Ford, é a vez da Toyota e da BMW se mostrarem prejudicadas pelo Brexit. As duas fabricantes planeiam encerrar duas fábricas caso não haja acordo.

As empresas Toyota e BMW alertaram esta terça-feira que um Brexit sem acordo com a União Europeia (UE) comprometeria a produção das suas fábricas no Reino Unido.

Peter Schwarzenbauer, do Conselho de Administração do grupo alemão, disse que a BMW pondera transferir a produção do modelo Míni, em Oxford, Inglaterra, para a Holanda, se a saída da UE acontecer sem um acordo. O responsável fez estas declarações numa entrevista à televisão britânica Sky, nas vésperas da abertura do Salão do Automóvel de Genebra, que se realiza de 7 a 17 deste mês.

Schwarzenbauer descreveu este cenário de rutura como “o pior possível” e disse que, então, teriam que considerar “o que isto, exatamente, representa para a marca de longo prazo”. A fábrica do Mini emprega 4.500 pessoas e é o principal local de produção do modelo Mini de três portas.

O presidente da Toyota Motor Europe, Johan Van Zyl, disse por seu turno à BBC que se as “barreiras” do Brexit forem muito altas, a competitividade da empresa no Reino Unido será prejudicada. Van Zyl referiu a possibilidade de a fábrica que a empresa japonesa tem em Burnaston, no condado de Derbyshire, no norte da Inglaterra, vir a ser fechada depois do Brexit.

O vice-presidente executivo da empresa, Didier Leroy, disse que uma saída “não negociada” da UE seria “terrível” e criaria “enormes desafios adicionais” para a competitividade das operações no Reino Unido. A Toyota anunciou em fevereiro do ano passado que ia construir a próxima geração de seu modelo Auris em Burnaston, o que representa um investimento de 277 milhões de euros. Leroy afirmou ao Financial Times que está “confiante de que o Reino Unido conseguirá chegar a um bom acordo com a UE”.

Referindo que os japoneses não pretendem deixar o Reino Unido e parar a produção, Leroy reconheceu que, se não houver acesso ao mercado europeu sem “obstáculos fiscais”, será “extremamente difícil” encetar a produção de um outro modelo na fábrica inglesa.

As advertências da Toyota e da BMW surgem depois de a Nissan ter revertido, no mês passado, os planos de fabricar o modelo “X-Trail” na sua fábrica em Sunderland, nordeste da Inglaterra, para ser produzido no Japão. Outra empresa japonesa, a Honda Motor, anunciou o encerramento da sua fábrica em Swindon, no sudoeste da Inglaterra, em 2021, o que significará o corte de cerca de 3.500 empregos, noticiou a agência espanhola Efe.

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