Francisco Assis demite-se de cargo europeu em protesto

  • ECO
  • 13 Março 2019

Assis queria falar sobre a Venezuela no Parlamento Europeu, mas alega ter sido impedido pelo grupo parlamentar do qual o PS faz parte.

Francisco Assis demitiu-se do cargo de coordenador da assembleia parlamentar EuroLat, acusando o grupo a que pertencem os eurodeputados do PS de o ter impedido de participar num debate de urgência no Parlamento Europeu convocado para discutir a crise na Venezuela. A notícia foi avançada pelo Observador.

Na carta de demissão, citada pelo mesmo jornal, o eurodeputado socialista explica o motivo que resultou na decisão. “Inexplicavelmente, fui impedido de participar no debate hoje [terça-feira] realizado no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre este tema, sem que me tenha sido apresentada uma explicação plausível”, refere Assis, considerando que foi posta em causa a sua “dignidade parlamentar e pessoal”. Para o eurodeputado, “a responsabilidade direta é de quem” não o deixou falar, isto é, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D, sigla em inglês), disse em declarações aos jornalistas, citado pela Lusa.

A EuroLat é a Assembleia Parlamentar Euro-Latino-American. Francisco Assis ocupava o cargo de coordenador há dois anos e meio. A carta do eurodeputado do PS foi entregue a Udo Bullmann, presidente do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D).

Confrontado com esta situação, o também eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira vincou que “a delegação do PS não tem nenhuma interferência na distribuição dos tempos de intervenção” na sessão plenária, rejeitando responsabilidades da bancada socialista neste caso. “Isso é uma questão entre o deputado Francisco Assis e a direção do grupo parlamentar socialista europeia aqui no Parlamento Europeu”, salientou, afirmando, porém, desconhecer “os termos desse processo” de demissão.

O debate de urgência sobre a Venezuela decorreu na terça-feira à tarde em plenário, sendo que quem interveio pelo PS foi a eurodeputada Ana Gomes. Paulo Rangel (PSD), José Inácio Faria (eleito pelo MPT) e João Pimenta Lopes (CDU) foram os outros eurodeputados portugueses que discursaram.

O debate surgiu numa altura de crise política na Venezuela, que se agravou desde o passado dia 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

(Artigo atualizado com mais informação)

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